Troca de ameaças públicas elevaram a tensão na península coreana
Em meio à troca de
ameaças entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do
Norte, Kim Jong-un, o governo da Coreia do Sul pediu que ambos interrompam as
provocações e voltem à "convicção" de que o diálogo "ainda é
possível".
O porta-voz do Gabinete presidencial, Park Soo-hyun, afirmou que
os piores cenários "estão se tornando sérios pelas repetidas provocações e
ameaças do Norte" e pediu que sejam cessadas "todas as atividades que
possam elevar ainda mais a tensão".
No entanto, ampliando o clima de perigo na região, o governo do
Japão afirmou que "tem condições" de interceptar e abater mísseis
lançados por Pyongyang contra o território ultramarino norte-americano de Guam.
Na noite de ontem (9), o governo de Kim Jong-um afirmou ter um
plano para atacar o território dos EUA no Oceano Pacífico e que usaria quatro
mísseis Hwasong-12 para realizar a ação militar.
Segundo o ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera,
informou que seu país está em vigilância máxima "porque não podemos
tolerar um ato provocatório assim claro contra a segurança da região e da
comunidade internacional, incluindo o nosso país".
Os quatro mísseis Hwasong-12 teriam que passar sobre as cidades
de Shimane, Hiroshima e Kochi para chegar a Guam e que por isso os japoneses
conseguiriam interceptá-los. Os dispositivos demorariam exatos 1.065 segundos
(quase 18 minutos) para chegar ao território.
Guam é uma ilha de 544 quilômetros quadrados e tem cerca de 162
mil habitantes. Ela fica a 3.400km de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, e
abriga ainda 3.831 militares que moram, em sua maioria, na base de Andersen.
Lá, há os bombardeiros estratégicos B-52 E B-1B, além do sistema antimísseis
Thaad, recentemente também instalados na Coreia do Sul.
- Mercados:
A tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte também causou
reações no mercado asiático. As Bolsas de Valores de Tóquio (-0,05%), Xangai
(-0,44%), Seul (-0,38%) e Sydney (-0,08%) registraram quedas nesta quinta e
analistas apontam que o medo de um conflito causou a fuga de dinheiro.
As maiores quedas, no entanto, ocorreram em Taiwan, com retração
de 1,34%, e em Hong Kong (-1,05%).
Além disso, o preço do ouro - tradicional refúgio em momentos de
turbulência no mercado - já abriu o dia com alta de 0,1%, valendo US$ 1.278 a
onça.
JB
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