Reunidos no auditório da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), representantes de setores governamentais, entidades de classe do setor logístico e instituições de crédito acompanharam o detalhamento dado por Adnan Demachki. |
Depois de São Paulo, foi a vez de Brasília receber
a reunião técnica de apresentação do projeto da Ferrovia Paraense, o maior do
setor de logística do Governo do Pará e um dos maiores do Brasil. “O encontro
em São Paulo teve um caráter mais financeiro, com a participação de grandes
executivos e investidores da área de logística, inclusive de outros países”,
explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do
Pará, Adnan Demachki. “Já o encontro em Brasília foi de cunho mais
institucional, onde reunimos setores governamentais, entidades de classe que
representam o setor logístico e instituições de crédito, que são segmentos
igualmente importantes para a realização do projeto”, afirmou.
Reunidos no auditório da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), representantes de órgãos como Ministério dos
Transportes, Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), Banco do
Brasil, Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso
(APROSOJA), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga
(ANUT), Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, Governo do Estado do
Tocantins e da própria ANTT, entre outros, acompanharam o detalhamento dado por
Adnan Demachki sobre o projeto e o andamento dos processos públicos para a
viabilização da ferrovia. Os representantes aproveitaram para tirar dúvidas com
o secretário, principalmente sobre prazos de concessão e cronogramas de
editais.
Ouviram também sobre as empresas que já assinaram
termos de compromisso para o transporte de cargas usando a ferrovia, como a
Mineração Irajá, que vai usar a logística paraense para o transporte de 20
milhões de toneladas anuais de minério de ferro. Além dela, a Alloys/PA, que se
comprometeu a movimentar via Ferrovia Paraense 170 mil toneladas/ano de
agregados de alumínio, e a Araguaia Níquel, que firmou compromisso de
transportar 54 mil toneladas de ferro e de níquel, além de 130 mil
toneladas/ano de carvão.
O secretário repetiu em Brasília o anúncio já feito
em São Paulo, confirmando que as empresas Vale e Norks/Hydro, duas gigantes
mundiais na extração de minério, assinaram com a ferrovia do Pará compromisso
para o transporte de seus produtos. “Não existe ferrovia sem carga contratada e
é com alegria que anunciamos também, aqui em Brasília, a exemplo do que fizemos
em São Paulo, que a Ferrovia Paraense já tem compromissos de cargas necessários
para viabilizá-la".
“Podemos dizer, numa comparação com um
empreendimento comercial, que a Vale e a Norks/Hydro serão nossas
‘lojas-âncora’ e atrairão outras empresas, dando um forte impulso a este
empreendimento, que engrandece o Pará e o Brasil”, afirmou Adnan.
Novas
reuniões
Depois de Brasília, a agenda de reuniões técnicas e
audiências públicas sobre a Ferrovia Paraense prossegue no estado do Pará, com
o seguinte cronograma:
15 de agosto
– em Santana do Araguaia
16 de agosto
– em Redenção
17 de agosto
– em Marabá
18 de agosto
– em Paragominas
22 de agosto
– em Barcarena
23 de agosto
– em Belém
O
projeto
A Ferrovia Paraense deverá cortar a
porção oriental do Estado de Sul a Norte em 1.316 quilômetros, conectando-se
com a Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, na região
metropolitana de Belém, o mais próximo dos grandes mercados consumidores do
Pará e do Brasil, como China, Europa e Estados Unidos.
O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões,
considerando os investimentos na construção da própria ferrovia e de
entrepostos de carga.
O licenciamento ambiental está sendo conduzido por
órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de
concessão com a licença em mãos. Já existe mapeamento de desapropriações de
770 imóveis ao longo da ferrovia.
A possibilidade de coligação da Paraense com a
Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e
Açailândia (MA) - trecho final da Norte-Sul - abre caminho para uma nova
alternativa de escoamento de carga em um porto paraense e é um dos atrativos do
projeto para a iniciativa privada.
A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses
e tem capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas ano.
Por Pascoal Gemaque (Agência Pará)
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