A Operação Onda Verde desencadeada pelo Ibama, com apoio da
Força Nacional, na região de Novo Progresso, no Pará, tem causado destruição de
máquinas e equipamentos de madeireiros e garimpeiros. Tais ações estão causando
indignações revolta de empresários, moradores, trabalhadores e outros segmentos
dos municípios onde a operação está sendo realizada, causando prejuízo
econômico.
Em
ação cinematográfica, no mês de junho deste ano, agentes do GEF (Grupo
Especializado de Fiscalização do Ibama) incendiaram balsas de garimpo. Os
fiscais ambientais do Ibama destruíram balsas no Rio Novo, Água Branca e no rio
Jamanxim.
Agentes do Ibama e da Força Nacional combatendo desmatamento e garimpagem e extração de madeira ilegal |
As
operações do Ibama, agora com apoio de 100 homens da Força Nacional, na região
de Novo Progresso, estão intensificadas. Garimpeiros, madeireiros e
desmatadores estão na mira do meio ambiente. A população está apreensiva e
acredita que a medida vem em represália a destruição de viaturas do Ibama em
Cachoeira da Serra, que estavam sendo levadas para Santarém, que
atenderia a região em torno ao município de Novo Progresso.
Balsa usada na garimpagem sendo destruída pelos agentes |
O
garimpeiro Luiz Barbudo, antigo na região, foi o primeiro que teve sua balsa
destruída com ação dos fiscais no município de Itaituba. Logo em seguida no Rio
Novo dentro no limite da Flona Jamanxim, próximo ao Parque (Parna) Rio Novo, o
alvo foi o garimpeiro antigo na região “Zé Branco”, que teve seu
equipamento destruído na operação dos fiscais ambientais. Estima se que as duas
balsas somam a quantia de mais de 2,5 milhões de reais, que foram destruídas
pelo fogo ambientalista.
No
dia 27 de julho, outro alvo foi o garimpeiro BatGirl, de Itaituba, que foi
surpreendido pelos fiscais do Ibama, trabalhando com uma balsa escariante
no Rio Jamanxim, nas proximidades da comunidade de Jardim do Ouro, município de
Itaituba, e teve toda estrutura destruída pela operação dos fiscais ambientais,
que estão usando toda a força para promover destruição na região.
Máquina sendo destruída durante uma operação |
Segundo
a chefe da fiscalização do órgão ambiental para o sudoeste do Pará, Maria Luiza
de Souza, toda a região depende economicamente do crime ambiental,
principalmente garimpo, exploração madeireira e a pecuária em cima do
desmatamento, atividades em que é comum o envolvimento de políticos locais e
grandes empresários.
“Da
maneira que eu vejo, a exploração da Amazônia é insustentável. É aquela coisa
do extrativismo. Vamos tirar, acabar tudo e depois a gente vê o que dá”,
declarou Maria Luiza de Souza.
“Não
somos bandidos. Ladrões são os de colarinho branco, os congressistas”, afirmou
um empresário do ramo madeireiro que teve maquinários destruídos.
AMEAÇA DE MORTE: Uma ameaça, publicada no Facebook e dirigida à
chefe da fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis) para o sudoeste do Pará, Maria Luiza de Souza,
ocorre em meio à crescente hostilidade contra agentes ambientais no entorno da
BR-163. No mês passado, cem homens da Força Nacional foram enviados a Novo
Progresso (1.630 km de Belém) após oito caminhonetes novas destinadas ao Ibama
terem sido incendiadas, em 7 de julho.
A
região é o principal foco de desmatamento ilegal na Amazônia. Mesmo assim, o
presidente Michel Temer enviou ao Congresso um projeto de lei que retira 349
mil hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, para legalizar grileiros e
posseiros que ocupam a unidade de conservação.
O
ataque a Maria Luiza, acompanhado de outras ameaças, como “Logo queimam essa
vagabunda”, aparece nos comentários de um texto publicado por Adecio Piran,
diretor do jornal “Folha do Progresso”, o principal da região.
“Novo
Progresso tem sérios problemas de ilegalidade com relação à legislação
ambiental, envolvendo grileiros, garimpeiros e madeireiros. Nesse quadro, a
gerente do Ibama que responde pela região tem recebido perigosas ameaças, que
já estão sendo todas devidamente investigadas pela Polícia Federal”, diz a
presidente do Ibama, Suely Araújo, que determinou o bloqueio de todas as
serrarias da região em resposta à queima das caminhonetes.
“A
fiscalização ambiental do Ibama não será bloqueada por pressões de criminosos”,
completou Suely Araújo.
O
autor da ameaça é Ademir Lourenço de Oliveira. Em seu perfil no Facebook, se
apresenta como morador de Trairão, outra cidade da região, cuja economia gira
em torno do garimpo e da exploração ilegal de madeira. Em uma das fotos em seu
perfil, Oliveira aparece diante de um caminhão carregado de toras. Um amigo
aconselha nos comentários: “Cuidado com o Ibama, brother”. A resposta foi três
emojis de joinha.
Aristides teve sua casa destruída e tudo que tinha dentro |
O
agricultor Aristides teve sua casa destruída durante uma ação dos agentes na
região de Novo Progresso. “Saí para trabalhar na roça, plantando batata e
macaxeira, quando voltei encontrei minha casa queimada e tudo que tinha dentro
foi destruído. Agora não tenho nada. Não sei o que fazer”, disse Aristides.
Um
empresário que possuía uma madeireira e que foi fechada por ordem da
presidência do Ibama, como forma de retaliação, após uma cegonha com várias
viaturas que seriam levadas para o Ibama de Santarém terem sido queimadas,
disse que o desemprego está incontrolável na região, pois o município de Novo
progresso vive da extração de madeira e do gado, está impedida de trabalhar.
O
fato é que a população está para explodir com as ações do Ibama e da Força
Nacional na região. Se nada for feito pelas autoridades para frear essa onda de
destruição em máquinas, balsas, madeireiras, etc, algo grave pode acontecer e
aí será tarde demais.
RG 15/O Impacto
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