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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Parente de detento denuncia abuso no presídio de Santarém

Com medo de represálias, homem gravou de costas e denuncia várias irregularidades dentro da Penitenciária de Cucurunã
Preocupado com os episódios que ocorreram no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), na localidade de Cucurunã, em Santarém, Pará, nas últimas semanas, um parente de um detento procurou nossa reportagem para denunciar uma série de irregularidades e problemas que estão acontecendo na casa penal.

As revoltas dos detentos, segundo ele, podem estar ocorrendo em função de excessos cometidos nas revistas de homens da Polícia Militar, dentro das celas da Penitenciária. Na semana passada, durante uma revista da PM, vários objetos, de acordo com o parente do detento, foram quebrados. Os objetos eram utilizados como passatempo pelos apenados.

“Quando eles (direção do CRASHM) chamam a Polícia Militar pra lá, eles não vão pra cumprir uma ordem e pra verificar onde é que está o erro e verificar o que é que está de errado. No dia que mataram o detento José Augusto de Sousa Moura, no último dia 02, mandaram a Polícia Militar pra lá e, quando os homens do Grupo Tático Operacional entraram nas celas bagunçaram os pertences de todos os encarcerados que estão lá”, denuncia o trabalhador, que gravou um vídeo de costas para não ser reconhecido.

Ele afirma que a o Grupo Tático Operacional (GTO) quebrou, tocou fogo e danificou diversos objetos das pessoas que estão dentro da Penitenciária. “As famílias compram esses objetos com sacrifício pra levar às pessoas que estão lá presas e quando o Grupo Tático chegou lá, ao invés de colocar ordem na casa, quebrou tudo o que tinha nas celas”, disse o parente do detento.

O trabalhador revela que tem um parente que está cumprindo pena no Presídio de Cucurunã e teme pelo que pode acontecer a ele, devido aos problemas que estão ocorrendo dentro da casa penal. “Graças a Deus não bateram nele, mas quebraram todos os objetos que havia na cela em que ele está”, denunciou.

REBELIÕES: Questionado sobre o que estaria provocando a onda de rebeliões na Penitenciária de Cucurunã, o trabalhador disse que não tem como explicar, principalmente por não viver o dia a dia dentro do Presídio, porém, ressaltou que há aglomeração de muitas pessoas dentro de uma mesma cela, onde até 8 detentos ficam em um pequeno espaço.

“Onde tem muita gente muita coisa pode acontecer, até porque não tem nenhum santo lá dentro, mas, também, não é pra PM chegar lá e fazer esse tipo de coisa. A quantidade de policiais que vai pra lá tem capacidade de controlar a situação e não bagunçar!”, exclamou.

Ele denuncia que a Penitenciária tem capacidade para pouco mais de 300 detentos, mas hoje, está com uma lotação de 600 apenados. “Eram 601, mas mataram um na semana passada e ficaram 600. A superlotação também provoca a revolta dos apenados. Essa revista da Polícia Militar, através do GTO, nas celas é rotina, mas acredito que não há necessidade de eles estarem lá toda hora, até porque a Polícia Militar não tem esse direito de chegar lá e quebrar os objetos dos presos. Os objetos que servem para os detentos como passatempo foram quebrados pela PM”, denunciou o trabalhador, que sempre permaneceu de costas para não ser reconhecido.

SEGURANÇA: Em entrevista concedida à imprensa santarena, o comandante do Grupo Tático Operacional (GTO), capitão PM Wilton Chaves, disse que a ordem para reforçar a segurança na penitenciária partiu do Comando Regional da PM no Oeste do Estado e 3º Batalhão da Polícia Militar, o Batalhão Tapajós. A ordem foi dada após constantes rebeliões no presídio e mortes, como a que aconteceu na semana passada quando um detento foi assassinado por um colega de cela, mesmo com a presença do Grupo Tático no local.

Para o capitão Wilton, o fim das rebeliões e a superlotação só acabarão quando a nova Central de Triagem for inaugurada. “Já está quase pronto o novo presídio de Santarém, onde essa superlotação será terminada na cidade, uma vez que todos os presos do pavilhão 1, que é o pavilhão dos provisórios, serão levados para lá, nós temos celas hoje até com 5 indivíduos, e uma cela era para ter no máximo 3”, afirma o capitão Wilton Chaves.

Na semana passada, cinco presos foram transferidos da Penitenciária de Cucurunã para o presídio de Americano, em Belém. Os presos foram escoltados por soldados do Grupo Tático Operacional que utilizaram as rodovias que dão acesso à capital paraense.





O Impacto


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