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sábado, 9 de dezembro de 2017

Moradores depredam casa de casal que maltrata filhos em Mato Grosso

Duas crianças e três adolescentes eram mantidas trancadas em cômodo sujo, diz polícia. A mãe foi solta após determinação da Justiça; o pai continua preso.

Moradores depredaram a residência do casal após resgate de crianças (Foto: TVCA/Reprodução)
Moradores depredaram a residência do casal após resgate de crianças (Foto: TVCA/Reprodução)
A casa onde Natália Pereira dos Santos, de 32 anos, e o marido dela, Élio Roberto dos Santos, de 38 anos, moram no Bairro Pedregal, em Cuiabá, Mato Grosso, foi depredada depois que os filhos do casal foram resgatados com fome e sede em um quarto nos fundos da residência.

A Justiça mandou liberar a mãe após audiência de custódia. O pai continua preso por causa de um mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça de Goiás. O G1 não conseguiu localizar a defesa do casal.

Maria Gerluce Alves, vizinha do casal, contou que moradores da região invadiram o local para depredar a casa. “Tinha muita gente. Eles usaram pedra, pedaço de pau, o que tinham. Alguém chamou a polícia, mas só acalmou com a chegada do reforço”, disse.

Crianças e adolescentes viviam trancadas e em condições desumanas (Foto: Lislaine dos Anjos/G1)
Crianças e adolescentes viviam trancadas e em condições desumanas (Foto: Lislaine dos Anjos/G1)
Os moradores se revoltaram depois que os filhos do casal foram resgatados em condições subumanas de um cômodo nos fundos da residência. Eles viviam sem energia elétrica ou acesso à comida e água potável, deixando o local apenas para irem à escola.

O local é sujo, com odor fétido, e os colchões onde as vítimas dormiam, estavam úmidos. No chão molhado, peças de roupas, cobertores e até material escolar foram encontrados pelos policiais.

O odor fétido também pode ser sentido no cômodo. O conselheiro tutelar Wagner Vinícius de Lima, que assumiu o caso, define a situação como "terrível". Eles têm idade enrre 6 e 14 anos.

Nos últimos dias, o pai havia cortado a "mistura", como as crianças se referem à comida completa, como um castigo de 30 dias, após a filha mais nova pegar um garfo da casa principal e levar para o cômodo que dividia com os irmãos. Dessa forma, nos últimos dias, as crianças viviam comendo arroz e feijão sem tempero e mal cozido - muitas vezes azedos -, que eram fornecidos pelo pai.

Prisão e soltura

O casal foi preso em flagrante por lesão corporal e tortura. Eles negaram as acusações durante audiência de custódia. A mãe foi solta por ordem da Justiça.

Na decisão, o juiz Mário Kono de Oliveira alegou que mantê-la presa seria aldo "desnecessário" e que o afastamento dos pais poderia agravar a situação, pois ela trabalha como atendente de padaria em um supermercado da capital e é a única fonte de renda da família, devendo permanecer empregada para garantir o pagamento de pensão aos filhos.

Já o pai, continua preso já que possuía um mandado de prisão em aberto por um crime de estupro de vulnerável expedido pela comarca de São Simão (GO).





G1/MT




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