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sábado, 30 de novembro de 2013

Um quarto dos jovens no Pará não estuda nem trabalha



Cerca de 495 mil jovens paraenses de 15 a 29 anos não estuda e nem trabalha, o que representa uma em cada quatro pessoas dessa respectiva faixa etária. O número - que representa 22,5% da população de 15 a 29 anos do Estado - é maior do
que as populações das cidades de Porto Velho (RO) e Florianópolis (SC), por exemplo, que, de acordo com o Censo 2010, registram 410 mil e 404 mil habitantes, respectivamente. O dado foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2013, com base na Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Segundo a pesquisa, a Região Metropolitana de Belém (RMB) registra uma proporção ainda maior de jovens da geração "nem-nem" (nem estuda nem trabalha). São 23,7% de adolescentes e jovens nessa situação: quase 100 mil pessoas. Essas médias são maiores que os índices nacionais que indicaram 19,6% dos jovens nesse grupo de idade - 9,6 milhões em todo o País. No geral, Tocantins apontou a maior parcela de jovens sem ocupação alguma (27,8%) e Santa Catarina, a menor, 12,7%. Entre as regiões, o Norte teve uma proporção de 21,9% de jovens sem estudar e trabalhar, atrás apenas do Nordeste, que registrou 23,9%.

Ainda nessa análise, a pesquisa apontou que a maioria dos jovens do Pará só trabalham. A proporção é de 41% em todo o Estado e de 33,9% na região metropolitana. Dentre os que só estudam, os percentuais são de 23,5% e 32,1%, respectivamente, sobretudo entre os adolescentes de 15 a 17 anos. Nesse grupo, os estudos são as únicas ocupações de 64,3% dos adolescentes do Estado e de 84,1% dos belenenses. Outros 13,1% dos morados do Estado com idade entre 15 a 29 anos trabalham e estudam. Na RMB, essa fatia é de 10,2%.

"Não significa que são encostados ou que são um bando, mas é um fator preocupante, porque não é possível que pessoas desta idade não estudem nem trabalhem", diz a técnica do IBGE Ana Saboia. Segundo a pesquisadora, os dados não permitem apontar as razões para número tão significativo da chamada "geração nem-nem", mas, com relação às mulheres, a necessidade de cuidar dos filhos é um fator que contribui para não terem atividades produtivas. A proporção de jovens que não vão à escola e não têm emprego se mantém estável no País, com pequena redução: nos últimos dez anos, em 2002, eram 20,2% da população nesta faixa etária.

Os indicadores nacionais mostram que 70,3% dos jovens que não trabalham e não estudam são mulheres. Dessas jovens que não têm atividade produtiva, 58,4% tinham pelo menos um filho. A maior parte dos jovens "nem-nem" (38,6%) tem ensino médio completo, ou seja, deveria ter seguido para um curso superior ou ingressado no mercado de trabalho. No outro extremo, um porcentual também alto, de 32,4%, sequer completou o ensino fundamental.

"É importante enfatizar a relação entre estudo e maternidade. Nota-se que, entre as mulheres de 15 a 17 anos de idade que não tinham filho, 88,1% estavam estudando; para aquelas que tinham um filho ou mais, somente 28,5% estudavam e 68,7% delas não estudavam e nem completaram o ensino médio, que seria o adequado para estarem cursando", completa a técnica.

Em relação à educação, a pesquisa mostra um percentual no Pará de 14,4% de pessoas acima dos 25 anos ainda sem instrução (600 mil). Na RMB, esse grupo é de 6,4% ou 81,8 mil. Sobre a taxa de frequência líquida a estabelecimento de ensino, ou seja, a proporção de pessoas de uma determinada faixa etária que frequenta escola na série adequada, o estudo apontou que 91,4% dos que cursam o ensino fundamental estão na idade correta (6 a 14 anos); 38,1% do ensino médio tem entre 15 a 17 anos; e apenas 8,3% dos que estão no ensino superior estão na faixa-etária adequada, 18 a 24 anos. Na região metropolitana, essas proporções são 92,5%, 48,3% e 15,2%, respectivamente.

Filhos

Os dados do IBGE mostraram ainda que a taxa de fecundidade em 2012 no Pará foi de 2,3 filhos por mulher. O número ainda está bem acima da média nacional, que apontou 1,8 filho. Unidades da federação como o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram indicadores inferiores a 1,6. Outro dado que chama a atenção no estudo, é a condição das moradias particulares que residem as crianças com idade de 0 a 14 anos. Segundo o IBGE, 52% delas não tinham abastecimento de água de rede geral; 90,9% não possuem esgotamento sanitário de rede geral ou fossa séptica; 33,9% não tem coleta de lixo direta ou indireta; e 26% tem todas formas de saneamento inadequado, simultaneamente.





ORM

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