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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pai de escrivã morta diz que seu assassino merece morrer



O pai de Loane Maranhão Thé, escrivã da Delegacia da Mulher de Caxias (MA), morta com golpes de faca pelo gari Francisco Alves da Costa, o advogado Flávio Weimar Thé, afirmou que o assassino de sua filha merecia pena de morte se houvesse essa prerrogativa na legislação brasileira.

"Eu comentava com os amigos que a morte de minha filha não foi um problema de delegados ou de agentes, o problema é o Estado brasileiro. O Estado está falido em todos os setores, na educação, na saúde, na polícia, na segurança. Na delegacia em que minha filha trabalhava tinha pouca gente, as vezes ela trabalhava mais do que deveria trabalhar, sem segurança, sem reciclagem. A reciclagem é importante porque a pessoa envolvida com aquele trabalho durante vários anos termina negligenciando os procedimentos rotineiros; a reciclagem é justamente pra revisar esses pontos, que devem ser obrigatórios. A culpa da morte da minha filha é o Estado Brasileiro que está falido", declarou Flávio Weimar Thé.
Ele disse também que Loane Maranhão tinha vocação para ser policial, ele dizia para ela fazer concurso pra juíza ou promotora, mas ela era enfática ao dizer que queria ser policial.
“Quando eu soube da morte de minha filha senti um enorme sentimento de frustração, por que minha filha era uma menina estudiosa, era bacharel de direito, na delegacia onde ela trabalhava todos gostavam dela. Era uma pessoa educada, trabalhadora. Ela ia trabalhar em Caxias e passava 4 ou 5 dias morando em uma pensão; ela pegava um carrinho dela e vinha ver a família em Teresina. Ela queria ser polícia, tinha um determinação muito forte, queria fazer polícia. Visto que ela vinha de uma família de advogados, eu a convidava para advogar, e ela dizia: 'Não pai, eu sou policial!'. Ela tinha vocação e era cumpridora do seu dever. É lamentável a sua morte. Eu só espero que o bandido seja punido. Ele também é vitima do sistema, dessa sociedade desumana, desleal e desigual, mas esse homem não pode continuar fazendo vitimas. Se no Brasil tivesse pena de morte, ele seria morto, mas já que não tem que seja feita justiça. Eu continuo acreditando na justiça. Todos da família, pai, mãe, tios; todos acreditam na justiça”, declarou o pai de Laone, muito abalado.
A advogada Eliane Maranhão da Silva Thé, mãe de Loane Maranhão, diz que está arrasada por que fazem exatos 5 meses que seu filho, Marcos Ronald, morreu em um acidente de avião no aeroporto de Teresina.
“Era uma filha e um filho muito queridos, eu só posso dizer que estou arrasada. Não é normal que se perca dois filhos, mas estou resignada, minha filha era tão trabalhadora, tão estudiosa", falou a mãe de Loane tocando-lhe o rosto durante o velório.
“Todos da família estão muito chocados por perderem Loane tão jovem, tao trabalhadora”, declarou a advogada Ana Joaquina Rocha Alencar, da família de Loane.
“É um absurdo faltar segurança em um delegacia, deixarem um homem que estuprou suas duas filhas, prestar depoimento sem estar algemado", falou o Veterinário José Martins, amigo da família.
O presidente do Clube da Cepisa,João Filho, diz que para a família de Loane Maranhão sua morte foi muito mais dolorida por que ocorreu exatamente há 5 meses da morte de Marcos, que estava fazendo curso de piloto e morreu durante uma explosão.
“Eu vim ajudar a acalentar a família nesse momento tão duro de dor”, falou João Filho.



Meio Norte


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