Na noite desta
quinta-feira (24), a Força Aérea Brasileira (FAB) suspendeu o trabalho de
remoção dos destroços do bimotor que caiu próximo a Jacareacanga,
sudoeste do Pará. As equipes devem voltar para a mata e retomar as ações na
manhã de sexta (25).
Nesta manhã, um
helicóptero da FAB transportou os equipamentos que estão sendo usados no
trabalho de retirada do bimotor. Os militares estão usando uma bomba d’água
para drenar a área onde o avião caiu, que fica em uma região alagada.
Como o avião
está submerso, apenas a cauda do bimotor está visível. As equipes também estão
usando um equipamento chamado talha, que tem a função de um guindaste para
retirar o avião.
A aeronave de
matrícula PR-LMN, desaparecida desde o dia 18 de março, foi encontrada na
última terça-feira (23) pelo garimpeiro Fausto Pereira. "Vi a mais um
menos uns cem metros e me assustei, fiquei assustado. A asa do avião estava
meio em pé, aí eu fui e lembrei: ’ah, não é o avião’", relata o
garimpeiro.
Militares e
voluntários abriram uma clareira para facilitar o acesso até onde o avião foi
encontrado. A área é muito íngreme e difícil para descer, o chão é
escorregadio, tem muita lama. É preciso andar por cima do tronco de uma árvore
para chegar até o ponto exato do local onde está o avião.
Sem
sobreviventes
Parentes das cinco vítimas que
estavam no avião já foram informados pela FAB que não há sobreviventes. "A
gente tinha esperanças sim de que iam encontrar. Foi muito difícil",
lamentou a esposa de Luiz Feltrin, piloto do bimotor.
Dificuldade
Rosaline
Campos, irmã da técnica de enfermagem Rayline Campos, que mandou um SMS antes do avião desaparecer, disse que as
famílias estão preocupadas com a operação de resgate. "No momento eu não
estou a par disso tudo. Na situação em que nós estamos, a gente só está se
concentrando em saber dos resgatas, se tem gente viva ou morta. Não fui eu quem
fiquei responsável (pela recompensa)".
O delegado de
Jacareacanga, Lucivelton Santos, acompanha o trabalho de resgate e diz que a
geografia dificulta bastante o acesso e remoção do avião . "Estão tentando
tirar o avião, só que ele está enterrado em uma grota, que é tipo como se fosse
um poço. Tem bastante água e isso deixa o avião pesado", explica.
Acidente
O bimotor saiu de Itaituba às 11h40
do dia 18 de março com 5 pessoas a bordo: o piloto Luiz Feltrin, as técnicas de
enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda
Lúcia da Silva Costa, e o motorista Ari Lima.
A aeronave fez
o último contato com a torre cerca de uma hora e vinte minutos após a
decolagem. A causa do acidente está sendo investigada pelo Serviço Regional de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).
Segundo a FAB, a missão de resgate
durou 35 dias e envolveu 50 militares. A FAB contabilizou mais de 230 horas de
voo e a área coberta ultrapassou a 28 mil km² sobrevoados, equivalente a cinco
vezes o território do Distrito Federal, utilizando um helicóptero H-60 Black
Hawk, aeronaves P-95 Bandeirante Patrulha e SC-105 Amazonas, além da aeronave
de patrulha P-3 AM. O mau tempo na região, especialmente a formação de
nevoeiros, a cheia no Rio Tapajós e a vegetação dificultaram os trabalhos.
G1/PA
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