A morte da estudante do Ensino
Médio Talita Ferreira Gomes, 18, na última semana com suspeita de ter contraído
meningite meningocócica, em Manaus, Amazonas, chamou a atenção da sociedade e de órgãos de vigilância
para a forma mais fulminante da doença. Ela pode matar em até 24 horas após os
primeiros sintomas e causar sequelas graves para o resto da vida de quem
resiste à doença.
Mesmo nos casos em que são
identificadas e tratadas de forma correta, as infecções meningocócicas podem
ser fatais em até 24 horas.
De acordo com o infectologista
da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Antônio Magela, não há prevenção ou
vacina disponível na rede de saúde com garantia de eficiência contra meningite
meningocócica e também para a meningococcemia (forma mais grave da doença e as
manifestações iniciais são semelhantes às da meningite, excluindo-se a rigidez
de nuca).
Ele explicou que a
população está exposta às bactérias que podem causar vários tipos de meningites
diariamente e em qualquer lugar, sendo que uma parcela significativa acaba ficando
vulnerável por motivos ainda desconhecidos.
Imunidade
baixa
A vulnerabilidade é
intensificada quando a imunidade está baixa e a pessoa não consegue criar
barreiras contra a bactéria. Ele explicou que existe apenas uma vacina
disponível no mercado, mas é especifica para crianças menores de 5 anos de
idade e para idosos que são acometidos pela meningite causada pela bactéria
“Haemophilus influenzae”.
Toda criança que recebe o
cartão de vacina pouco depois do nascimento recebe a vacina, mas não tem efeito
contra a bactéria que acometeu a estudante Talita. Os órgãos de vigilância em
saúde aguardam o laudo confirmação da morte da jovem pela doença, embora tenha
sido comprovada clinicamente.
Crianças de 6 meses a um
ano são as mais vulneráveis ao meningococo porque ainda não desenvolveram
anticorpos para combatê-la. No entanto, Magela esclareceu que desde que a
vacina contra a Haemophilus influenzae passou a ser obrigatória em crianças, no
ano 2000, o índice de meningites reduziu drasticamente.
“A Haemophilus bacteriana
acometia muito recém nascido, mas depois da vacina diminuiu. Ela acontece o ano
todo, mas tem surto epidêmico. Até porque se tivesse não teria como esconder”,
disse.
A única vacina que existe
contra meningite para adolescentes e adultos não está disponível porque não tem
eficácia garantida. Ela só pode ser disponibilizada, segundo Magela, em caso de
epidemia, mas sem comprovação de bloqueio imunológico da bactéria. No Brasil, a
última epidemia registrada foi em 1974, quando foi criada a Comissão Nacional
de Controle da Meningite.
A Crítica
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