A cheia do rio já deixou algumas ruas de Santarém,
oeste do Pará, intrafegáveis. Na área central da cidade, onde o fluxo de
pessoas é intenso, as ruas alagadas representam perigo para quem tem contato
direto com a água que se mistura com lama e ao lixo, muitas vezes contaminado
com urina de rato. A situação preocupa quem trabalha no comércio.
A Avenida Tapajós, em frente à cidade,
está entre os pontos críticos de alagamento identificados pela Defesa Civil. Em
alguns trechos, a água tomou conta da rua e pontes tiveram que ser
improvisadas.
O carregador Raimundo Nonato usa botas
para trabalhar. Para ele é difícil transportar mercadorias durante o período de
enchente. “É meio complicado, um monte de água para a gente passar com essa
mercadoria”, relata.
O carregador João Santana se arrisca a andar sem
proteção em meio à lama. “Não pode ficar sem trabalhar, porque ficar parado é
pior, porque não ganha nada. Assim, a gente fica pelejando até chegar o verão
de novo”.
O empresário Erick Patente reclama do mau
cheiro ocasionado pela água suja. “A água é suja, porque ela mistura a agua do
esgoto com a água do rio e o mau cheiro é grande”.
De acordo com a enfermeira infectologista, Sheila
Oliveira, dentre as doenças que acontecem com mais frequência nesse período
estão a leptospirose, diarreia e hepatite A. “A leptospirose é uma doença
transmitida através da urina do rato por uma bactéria chamada leptospira, então
as pessoas ficam mais vulneráveis principalmente quem anda ali, os
trabalhadores descalços tendo que passar pela lama. E também nessa época do ano
em virtude da enchente pode adquirir diarreia e a hepatite A”, explica.
Segundo a Capitania dos Portos de
Santarém, na medição realizada na terça-feira (22), o nível do rio registrou
7,82 m.
Água do Rio Tapajós avança sobre frente da cidade,
principalmente no trecho onde está localizada a Marinha (Foto: Luana Leão/G1)
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G1/Santarém
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