A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) votou
nesta quarta-feira (16), em turno suplementar, substitutivo a projeto de lei (PLS 60/2012)
da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) proibindo doações de empresas em
dinheiro, ou por meio de publicidade, a candidatos e partidos políticos. Se não
houver recurso para votação pelo plenário do Senado, a matéria será enviada à
Câmara dos Deputados.
O substitutivo é de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR)
e altera dispositivos da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997).
Originalmente, o PLS 60/2012 pretendia proibir apenas a oferta de recursos por
empresas com dirigentes condenados em instância final da Justiça por corrupção
ativa.
A intenção de Vanessa era estender aos doadores de campanha,
sejam pessoas físicas ou jurídicas, as limitações já impostas aos candidatos
pela Lei da Ficha
Limpa (Lei
Complementar nº 135/2010). O PLS 60/2012 tratou, assim, de transpor os mesmos
critérios de elegibilidade definidos na Lei da Ficha Limpa para classificação
de cidadãos e empresas legalmente aptos a investir em campanhas eleitorais.
Poder econômico
Por entender que as
eleições são processos com participação direta exclusiva dos eleitores, uma vez
que as pessoas jurídicas não têm direito a voto, Requião decidiu pela proibição
de toda e qualquer contribuição financeira de empresas a partidos e candidatos.
“Na medida em que uma
regra de financiamento permite doações na proporção da propriedade de cada
eleitor, o poder econômico tende a colonizar o poder político e desaparece a
possibilidade de contraponto entre um e outro”, argumentou o relator.
Quanto às restrições a
doações de pessoas físicas, Requião considerou desnecessária a exclusão de
doadores “ficha suja” como proposto pelo PLS 60/2012. Atualmente, a Lei das
Eleições limita as doações de cidadãos para campanhas a 10% do valor dos
rendimentos brutos obtidos no ano anterior.
“Considero essa regra
aceitável no caso das pessoas físicas, cujas diferenças de rendimento não são,
normalmente, tão grandes quanto as diferenças no faturamento das empresas”,
justificou Requião.
Congresso em Foco
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