Não foram poucas as vezes em que o atual governador do Estado, Simão
Jatene (PSDB), foi à imprensa para dizer a quem quisesse ouvir que não lhe
soava ética a ideia de concorrer a um novo mandato de governador enquanto o
mandato anterior ainda estava em curso - mesmo não sendo obrigado pela
legislação eleitoral brasileira a fazê-lo. Durante a mensagem de abertura dos
trabalhos na Assembleia Legislativa, em fevereiro desse ano, o tucano chegou
a dizer que deixaria o governo até 8 de abril, sem adiantar para qual posto
se candidataria para as eleições de 2014.
Mas, como entre o discurso e a prática existe uma larga diferença, o
presidente do PSDB-PA, Flexa Ribeiro, afirmou ontem, por telefone, que Simão
Jatene não se desincompatibilizará do cargo e que é, sim, pré-candidato a
reeleição esse ano. A convenção estadual da sigla, momento em que as
candidaturas tucanas serão anunciadas oficialmente, acontece no fim de junho.
A Justiça Eleitoral informa que magistrados, secretários estaduais e
ministros de Estado que pretendem concorrer nas Eleições Gerais de
2014 devem deixar as suas funções até o dia 5 de abril, ou seja, hoje, a
exatos seis meses do pleito de outubro.
Caso contrário, serão considerados inelegíveis, de acordo com a Lei
Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidades). O governador de Estado que
pleiteia cargo de deputado federal, estadual ou distrital, senador ou
presidente do país também deve se desincompatibilizar da atual função até a
mesma data - exceto se for disputar a reeleição, como deve ser o caso de
Jatene, que pode, dentro desse contexto, deixar o cargo a qualquer momento
sem que isso atrapalhe sua corrida eleitoral.
“Esse é o entendimento do partido. Na verdade, a única pessoa que
pensava dessa forma, que tinha vontade de se desincompatibilizar para
concorrer, era o próprio Jatene”, garante. “A lei permite que ele concorra à
reeleição estando no cargo, e isso é o que ele fará”. O senador não acredita
que a decisão macule a imagem de Jatene, tampouco credita ao complicadíssimo
momento político que o governador atravessa no
Estado.
APOIO “VELADO”
O ex-secretário de Estado, Sidney Rosa, atuou de forma semelhante há
alguns meses: deixou o governo, deixou até mesmo o PSDB e se filiou, a tempo
de participar das eleições, ao PSB. Retomou seu cargo na Assembleia
Legislativa, onde foi eleito deputado em 2010, e deve ser anunciado, nos
próximos meses, candidato ao Senado pelo PSB - com apoio “velado” de Jatene.
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