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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pai, mãe e filho morrem em incêndio

Incêndio Ananindeua Águas Brancas (Foto: Reprodução/ TV Liberal)

Uma tragédia que vitimou praticamente uma família inteira parou o bairro de Águas Brancas, em Ananindeua. O que seria apenas um descanso vespertino transformou-se em momentos de terror, lamentações e morte.

Uma família proprietária de uma tradicional panificadora localizada na rua 2 Junho, realizou todas as suas atividades matutinas, servindo à comunidade o pão de cada dia, encerrando o expediente no horário do almoço, para se recolher ao lugar de descanso diário, um kit-net anexo aos fundos da padaria da família. 

No único cômodo que abrigava os quatros membros da família, pai, mãe e os dois filhos, lugar em que todos os dias eles se reuniam, passavam os momentos em família, contabilizavam os ganhos da labuta diária, três deles passaram os últimos minutos de vida. Benedito Valdinei Cunha de Oliveira, 34 anos, Lisandra Souza Silva, 29, e o filho caçula de quatro anos de idade.

Um incêndio de grandes proporções que, segundo o Corpo de Bombeiros, pode ter sido causado por um curto-circuito, matou quase que a família inteira.

Por volta das 14h de ontem, enquanto descansavam, o filho mais velho, de nove anos, se levantou primeiro, como de costume, e se dirigiu à padaria que fica na frente do cômodo. Minutos depois, os funcionários do estabelecimento ouviram um grande barulho e, correram em direção ao quarto da família. O fogo já havia tomado conta de toda a parede e da única porta que dava acesso ao compartimento, impossibilitando qualquer tipo de ajuda.

Funcionários e vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros. Eles ainda jogaram água em direção às chamas, mas não foi suficiente para apagá-las.

Após conter o fogo, os bombeiros entraram no estabelecimento e se depararam com uma cena que causava muita dor: pai, mãe e filho morreram abraçados, carbonizados pelo fogo. 

Segundo o soldado BM Sales, as condições do quarto impediram que eles buscassem alguma alternativa de fuga para sobreviver. “O kit-net era de apenas um compartimento. Não tinha janelas ou qualquer outra entrada e saída de ventilação. Não havia outra maneira de sair a não ser pela porta, mas ela ficava exatamente na parede que foi tomada pelas chamas”, disse.
Ele continuou falando da cena que presenciou ao entrar no quarto. “Eles ficaram encurralados pelo fogo no canto do quarto. Não tinham por onde sair, então se abraçaram, morreram abraçados, pai, mãe e filho”, finalizou.

Benedito Castro de Oliveira, pai do padeiro que morreu no incêndio, também acredita na hipótese de problemas na fiação como causadora do incêndio. “Meu filho era padeiro experiente. Não teve nenhum problema com o forno, como falaram. Ele nunca teve problema com isso. Só pode ter sido mesmo problema com eletricidade”, relatou.

O capitão Pablo Oliveira, do Corpo de Bombeiros, revelou ao DIÁRIO a avaliação que foi feita no imóvel. “Somente a perícia vai poder dizer as reais causas do incêndio, mas verificamos que, por ser apenas um cômodo, eles colocaram apenas uma tomada, onde todos os eletroeletrônicos e eletrodomésticos estavam ligados. Isso é um grande risco e pode ter sido o causador de toda essa tragédia, mas só a perícia vai poder dizer com exatidão o motivo”, contou.

Ainda segundo o capitão, “o fogo tomou conta de todo o quarto e o teto ainda desabou em cima das vítimas”.

Os corpos foram removidos para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para os procedimentos legais. O laudo com as causas do incêndio deve sair em pelo menos 15 dias.




Diário do Pará


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