A
primeira parte da ação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) em parceria
com a Polícia Federal (PF) para investigar fraudes no Sistema de
Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), gerenciado pela
própria Secretaria no
Pará, foi concluída nesta quarta-feira (6). Um dos
resultados foi a condução coercitiva de um servidor da área de tecnologia da
Sema para depoimento na sede da PF e a paralisação de todos os serviços de
comércio e transporte de produtos florestais na Sema até a perícia da Polícia
concluir o trabalho de coleta de dados das operações realizadas no Sisflora.
O
servidor é suspeito de ter instalado um captador de senhas no computador da
gerente de gestão florestal da Sema – a responsável por movimentações de
créditos de madeira no Sisflora – o que permitiu que créditos de madeira em
tora de determinadas empresas do Oeste do Pará fossem transformados em créditos
de madeira serrada, o que aumentava o volume de produtos florestais
comercializáveis e permitiam que créditos virtuais fossem utilizados para
acobertar madeira explorada de áreas não autorizadas ou de desmatamentos em
áreas protegidas do Estado.
Essa
ação, dentro das atividades da Polícia Federal, foi incluída na Operação
Térmita II, iniciada há um ano, para investigar grupos formados por empresas e
servidores públicos envolvidos em fraudar documentos para comercializar
produtos florestais de origem ilegal em todo o país. O dano ambiental está
avaliado em cerca de R$ 2 bilhões.
A
denúncia partiu da gerente do Sisflora, que ao fazer seu relatório diário,
percebeu a movimentação de créditos no sistema que, apesar de não ter sido
feita por ela, foi acessado através da senha dela. Ao detectar a fraude, a
servidora fez comunicação à Corregedoria Ambiental do órgão, que repassou as
informações à Polícia Federal. Há indícios de que um segundo servidor da Sema
esteja envolvido na fraude, e ele também está sendo investigado pela PF.
As
informações sobre este assunto foram esclarecidas pelo secretário adjunto da
Sema, Hildemberg Cruz, em entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, com a
presença da corregedora ambiental da Secretaria, Rosângela Wanzeller; do
coordenador jurídico da Sema, Thalles Belo; do chefe da Delegacia de Combate de
Crimes Ambientais, Décio Ferreira; do chefe de Delegacia de Combate ao Crime
Organizado, Uálame Machado; e do superintendente regional da Polícia Federal no
Pará, Valdison Rabelo.
Na
operação, foram cumpridos 44 mandados, deferidos pela 9ª Vara Federal de
Belém/PA, especializada em crimes ambientais, sendo sete preventivas, 16
conduções coercitivas e 21 de busca e apreensão em sedes de madeireiras e
residências dos investigados nos municípios paraenses de Belém, Altamira,
Itaituba, Santarém e Alenquer, além de cidades de Minas Gerais e Mato Grosso.
Os
investigados serão indiciados pelas práticas de crimes ambientais, formação de
quadrilha, corrupção ativa e concussão. Dentre os alvos da operação estão além
dos dois funcionários da Sema, três servidores da Secretaria de Estado da
Fazenda do Pará (Sefa), e empresários do ramo madeireiro.
Ascom
Sema
Nenhum comentário:
Postar um comentário