O Ministério Público Federal (MPF), convocou reunião para esta sexta-feira (20) em Itaituba, no sudoeste do Pará,
para levantar dados sobre denúncias de existência de garimpos ilegais no rio
das Tropas, em Jacareacanga, nas proximidades da terra indígena Munduruku.
A reunião foi realizada às 9 horas, na sede da Justiça
Estadual no município. O procurador da República Paulo de Tarso Moreira
Oliveira convidou para o evento representantes das lideranças e associações
indígenas que fizeram as denúncias, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Além de levantar o máximo de
informações sobre a situação, o objetivo do MPF é traçar um plano de atuação
conjunto com os órgãos de fiscalização, para combater as irregularidades e
crimes que possam estar ocorrendo.
TENSÃO: “Rememore-se que o problema em
apreço não é recente, bem como que esta procuradoria tem agido de forma
incansável na busca de responsabilização dos autores destes delitos, o que se
denota pelas inúmeras denúncias e ações civis públicas ajuizadas. Contudo, nos
últimos meses a celeuma se intensificou na região do Rio das Tropas, afluente
do Rio Tapajós, e um dos principais rios a cortar a TI Munduruku, servindo como
uma das principais fontes de alimentos para o povo local”, registra o
procurador da República no despacho que deu início à investigação.
Segundo as mais recentes denúncias
recebidas pelo MPF, a extração ilegal de minério está sendo feita até por
funcionários públicos, que também tentam convencer os indígenas a liberarem
áreas para novos garimpos. Os indígenas estão sofrendo impactos, como a redução
da pesca, e problemas à saúde, aos costumes e à organização social dos
Munduruku.
Relatos também indicam que os
garimpeiros – que foram expulsos da região em outras ações do poder público –,
têm pretensão de resistir a novas tentativas de expulsão, e que esses
garimpeiros teriam dito que pretendem enfrentar até mesmo a Polícia Federal, se
necessário.
Júnior Ribeiro / MPF
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