Detalhe de um dos tiros, executados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, no veículo que portava a turista espanhola María Esperanza Jiménez. EFE/ Antonio Lacerda. |
O tenente da Polícia Militar do Rio
de Janeiro acusado da morte da turista espanhola na favela da Rocinha foi
detido e transferido à prisão, onde esperará seu julgamento por "homicídio
qualificado", informaram fontes oficiais.
Davi dos Santos Ribeiro está sendo
acusado de disparar contra o carro em que estava a turista espanhola María
Esperanza Jiménez Ruiz, que foi ferida no pescoço e morreu ontem na Rocinha.
A vítima, de 67 anos, seu irmão e sua
cunhada estavam acompanhados do motorista do carro e de uma guia de turismo, e
acabavam de realizar uma visita à comunidade quando o veículo foi alvejado.
A versão inicial da Polícia Militar
apontou que o carro passou direto por um controle policial e não respeitou a
ordem de parar, mas todos os ocupantes do veículo garantiram que não houve
sinal para que se detivessem.
"Foi uma atitude criminosa (do
tenente) porque mesmo se o carro tivesse violado uma ordem de parar, a lei não
justifica que se dispare contra um veículo, muito menos ocupado por civis",
afirmou hoje o delegado de homicídios da Secretaria de Segurança do Rio, Fábio
Cardoso.
O carro em que estava María
Esperanza, um Fiat Freemont, foi atingido por dois disparos que impactaram no
para-lama traseiro e na janela traseira.
Segundo Cardoso, o tiro da janela
traseira atingiu María Esperanza no pescoço e seguiu sua trajetória até quase
ferir também o motorista, um italiano que reside há quatro anos no Rio.
Além disso, a polícia investiga outro
agente da polícia militar que disparou para cima durante a passagem do carro.
Cardoso explicou que o tenente Santos
utilizou o seu direito a permanecer em silêncio durante o longo interrogatório
ao qual foi submetido nesta madrugada.
O delegado disse ainda que espera ter
as conclusões da investigação em um prazo de dez dias.
EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário