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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Produtores comercializam frutas dentro de esgoto na orla de Santarém

Pequenas embarcações ancoram e comercializam frutas, como melancias, dentro de um canal de esgoto


Um risco iminente de contaminação de frutas pode ser visto por quem caminha no calçadão da orla de Santarém, próximo à Praça Monsenhor José Gregório (Praça da Matriz), na área central de Santarém, Pará. No local, pequenas embarcações ancoram e comercializam frutas, como melancias, dentro de um canal de esgoto.

A falta de higiene chama a atenção de usuários da orla. “Isso é um absurdo. A Vigilância Sanitária deveria fazer uma fiscalização nesse local. Como a gente percebe, esses barcos ficam dentro do esgoto. Eles trazem frutas da várzea e vendem aqui mesmo para os consumidores. Esse esgoto ninguém sabe o que tem nele. Os riscos de contaminação são muito grandes”, analisou a dona de casa, Fátima Saraiva.
A movimentação de barcos no local virou motivo de reclamação da usuária. Para ela, a orla já não é apenas um local de lazer e entretenimento. Porém, nos últimos anos, também se transformou em ponto comercial, onde são vendidas frutas e até alimentos. “Tudo isso fez com que o objetivo do calçadão fosse descaracterizado. Eu acredito que a orla era apenas para as famílias de Santarém utilizarem para o seu lazer, mas o que acompanhamos é que o espaço público foi tomado por comerciantes e, parece que ninguém faz nada para coibir essa prática”, diz Fátima.
FISCALIZAÇÕES: A Divisão de Vigilância Sanitária (DVS) e a Prefeitura de Santarém informaram que várias fiscalizações para a retirada de vendedores já foram realizadas na orla de Santarém. De acordo com a Vigilância Sanitária, as fiscalizações vão continuar, por conta do surgimento de novos pontos de vendas na orla, onde também alguns dos comerciantes que foram notificados e retirados, acabaram voltando para o local.

Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), realizou a retirada de vendedores ambulantes que estavam de forma irregular no cais de arrimo, em frente à Feira do Pescado. O trabalho foi uma ação conjunta com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), através do Departamento de Controle e Qualidade de Alimentos (DCQA) da Vigilância Sanitária e Polícia Militar.
Durante a fiscalização, foram apreendidos trinta pacotes de açaí, vinte e cinco quilos de pescado, dois isopores e dez quilos de verduras estragadas. Também foi feita a apreensão de medicamentos que se encontravam em temperaturas inadequadas, produtos sem registros e em locais sem autorização dos órgãos competentes. As equipes constataram irregularidades nos lugares onde são feitas as comercializações e, por conta disso, autuaram e notificaram para que providências fossem tomadas de forma imediata.
De acordo com o chefe da Divisão de Vigilância Sanitária, Walter Matos, as fiscalizações são feitas rotineiramente para que a população tenha garantido produtos de qualidade e de forma adequada.
O trabalho da equipe de fiscalização urbana da Seminfra esclareceu que a iniciativa teve o objetivo de zelar pelo bem-estar da população, assim como garantir os meios de poder viver com tranquilidade, segurança e apoio, numa cidade arrumada e ordenada.
Segundo o chefe de fiscalização urbana, Gilmar Santos, a ação foi o início de um processo de ordenamento. “Primeiramente, a equipe realizou um trabalho educativo com os vendedores, explicando o código de postura. Posteriormente, no dia 07 de fevereiro, 16 vendedores foram notificados e no dia 15, a equipe retirou os materiais de 10 vendedores que estavam no cais de arrimo”, lembrou.
Alguns alimentos apreendidos foram destinados ao Aterro do Perema, por conta do estado de conservação.
A Vigilância Sanitária promete estender as fiscalizações para outros pontos da orla de Santarém.


RG 15/O Impacto

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