O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no
mundo. Brasil já tem 61 transexuais e travestis assassinados em 2017. O país
segue pelo sexto ano consecutivo como o que mais mata essa população no mundo;
entidade nacional criou mapa com todos os casos registrados este ano.
Em 2016, foram 127, um a cada 3 dias. A expectativa de vida
deles é de 35 anos, menos da metade da média nacional, que é de 75 anos. Os
dados são do Grupo Gay da Bahia, e não faltam histórias Brasil afora que os
comprovem. Os dados foram transformados em um mapa e disponibilizados pela
Antra para facilitar a visibilidade da situação de transexuais e travestis no
país. Por meio dele, é possível visualizar cada caso, o nome da vítima, local e
forma do crime. Só até o dia 22 deste mês, foram 61 pessoas desta população
mortas no país. São Paulo é o Estado que mais mata por transfobia, com sete
casos este ano, seguido do Ceará (seis casos) e Bahia e Rio de Janeiro, com
cinco casos cada um.
Uma delas é a história da travesti Dandara dos Santos, que
foi espancada e assassinada por um grupo de jovens num bairro da periferia de
Fortaleza (CE) no último dia 15 de fevereiro. Vizinhos assistiram à cena em
plena luz do dia, mas não prestaram socorro. Um dos agressores gravou o
espancamento, os pedidos de ajuda de Dandara e seus últimos minutos de vida. O
caso está sendo investigado pela inspetora da polícia civil Vitória Holanda,
uma amiga de infância de Dandara.
Uma casa para quem teve de sair de casa
Em
São Paulo, o repórter Guilherme Belarmino visita a Casa 1, um local no Centro
da cidade que acolhe pessoas que foram expulsos de casa por causa da
sexualidade. Iran Giusti, fundador da Casa 1, conta que o projeto, inaugurado
em janeiro deste ano, começou com um financiamento coletivo feito na internet
que arrecadou R$112,272 com a ajuda de 1048 colaboradores. “A gente recebe
LGBTs que foram expulsos de casa e pessoas em situação de vulnerabilidade,
então (casos de) violência psicológica e física sempre por causa de questões de
orientação sexual e identidade de gênero”, explica ele.
A casa tem dez camas em um dormitório coletivo e funciona com
doações de alimentos. Os moradores não pagam nada para morar ali. Cindy Breezy
é uma das moradoras do espaço. “Já saí de casa três vezes e tentei voltar
porque falavam que iriam mudar, que iam tentar me entender, e todas às vezes
que eu voltava nunca isso acontecia. E toda vez que eu saía para tentar arrumar
emprego, trans e negra, eu nunca conseguia. Mas para minha mãe e minha família,
eu que não estava correndo atrás direito. Mas não é dessa forma.”
Realidade em Foco
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