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sábado, 21 de outubro de 2017

Corpos de estudantes mortos são enterrados em Goiânia

Sob forte comoção e com a presença de centenas de amigos e familiares, os corpos dos estudantes João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, mortos por um colega na escola, foram enterrados neste sábado (21), em cemitérios de Goiânia, Goiás. Ambos tinham 13 anos. Além deles, quatro colegas ficaram feridos no Colégio Goyases. O primeiro a ser enterrado foi João Pedro. O sepultamento ocorreu às 10h45 no cemitério Parque Memorial. Durante a cerimônia, a família fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao adolescente.

Durante o velório de João Pedro, o pai dele, o publicitário Luciano Marcatti Calembo disse que perdoa, e espera que a sociedade também perdoe o adolescente que tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João Vitor. O publicitário Luciano Marcatti Calembo pediu que todos os pais "cuidem de seus filhos".
"Meu filho era uma criança muito doce, muito especial. Nossa família é cristã e ele sempre foi educado e pautado no respeito ao próximo. Os preceitos familiares estão perdidos na nossa sociedade, a gente tem que reforçar esses valores, e meu filho tinha tudo muito claro. Tudo isso poderia ser evitado".
Já o corpo de João Vitor foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, por volta das 11h20. Segundo colegas da vítima, ele e o atirador eram amigos e andavam juntos com frequência.
Uma das colegas que compareceu aos velórios é Alana Santos, de 13 anos. Ela estava na sala no momento em que o colega de 14 anos atirou. Para a adolescente, será difícil voltar à rotina.
“Ele zuava com todo mundo. A fama dele era de zueiro. E querido também. Isso aconteceu por falta de união. Nossa turma nunca foi unida, é isso serve de lição. Vai ser muito dolorido voltar pra aula”, disse a adolescente durante o velório de um dos colegas.
O pai de Alana, o bancário Arnaldo Júnior, afirma que a situação é “assustadora”. “Não sei até que ponto o colégio conseguiria identificar, não tem culpado, não dá pra saber o que passou na cabeça do menino, até porque atingiu um que ele gostava, não dá pra entender a dor dele. Talvez a gente precise observar os nossos filhos, acompanhar mais”, opina.
Vigília
No início da noite de sexta-feira (20), pais, alunos, funcionários e professores da escola começaram uma vigília na porta da instituição onde o atentado aconteceu. Várias pessoas se mobilizaram no local acendendo velas e fazendo orações.
A professora Sandra Oliveira Santos esteve no local para participar das homenagens e contou que todos ainda estão muito abalados com o ocorrido. "A gente ainda está meio assustado. Você não sabe se fica com mais piedade daquele que realmente cometeu o ato ou daqueles que foram vítimas", disse.
Tiros
Conforme a Polícia Civil, o adolescente de 14 anos atirou contra os colegas no fim da manhã de sexta-feira dentro da sala do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera. Os disparos aconteceram no disparo entre duas aulas.
Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o autor dos disparos disse que sofria bullying de um colega e, inspirado em massacres como o de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, decidiu cometer o crime. Filho de policiais militares, ele pegou a pistola .40 da mãe e levou para a unidade educacional.
“Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora. Ela oconvenceu a travar a arma”, disse.



G1/GO


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