Sob forte comoção e com a presença de centenas de
amigos e familiares, os corpos dos estudantes João Pedro Calembo e João Vitor
Gomes, mortos por um colega na escola, foram enterrados neste sábado (21), em
cemitérios de Goiânia, Goiás. Ambos tinham 13 anos. Além deles, quatro colegas ficaram
feridos no Colégio Goyases. O primeiro a ser enterrado foi João Pedro. O sepultamento
ocorreu às 10h45 no cemitério Parque Memorial. Durante a cerimônia, a família
fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao adolescente.
Durante
o velório de João Pedro, o pai dele, o publicitário Luciano Marcatti Calembo
disse que perdoa, e espera que a sociedade também perdoe o adolescente que
tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João Vitor. O publicitário
Luciano Marcatti Calembo pediu que todos os pais "cuidem de seus
filhos".
"Meu
filho era uma criança muito doce, muito especial. Nossa família é cristã e ele
sempre foi educado e pautado no respeito ao próximo. Os preceitos familiares
estão perdidos na nossa sociedade, a gente tem que reforçar esses valores, e
meu filho tinha tudo muito claro. Tudo isso poderia ser evitado".
Já
o corpo de João Vitor foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, por
volta das 11h20. Segundo colegas da vítima, ele e o atirador eram amigos e
andavam juntos com frequência.
Uma
das colegas que compareceu aos velórios é Alana Santos, de 13 anos. Ela estava
na sala no momento em que o colega de 14 anos atirou. Para a adolescente, será
difícil voltar à rotina.
“Ele
zuava com todo mundo. A fama dele era de zueiro. E querido também. Isso
aconteceu por falta de união. Nossa turma nunca foi unida, é isso serve de
lição. Vai ser muito dolorido voltar pra aula”, disse a adolescente durante o
velório de um dos colegas.
O
pai de Alana, o bancário Arnaldo Júnior, afirma que a situação é “assustadora”.
“Não sei até que ponto o colégio conseguiria identificar, não tem culpado, não
dá pra saber o que passou na cabeça do menino, até porque atingiu um que ele
gostava, não dá pra entender a dor dele. Talvez a gente precise observar os
nossos filhos, acompanhar mais”, opina.
Vigília
No
início da noite de sexta-feira (20), pais, alunos, funcionários e professores
da escola começaram uma vigília na porta da instituição onde o atentado
aconteceu. Várias pessoas se mobilizaram no local acendendo velas e fazendo
orações.
A
professora Sandra Oliveira Santos esteve no local para participar das
homenagens e contou que todos ainda estão muito abalados com o ocorrido.
"A gente ainda está meio assustado. Você não sabe se fica com mais piedade
daquele que realmente cometeu o ato ou daqueles que foram vítimas", disse.
Tiros
Conforme
a Polícia Civil, o adolescente de 14 anos atirou contra os colegas no fim da
manhã de sexta-feira dentro da sala do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto
Riviera. Os disparos aconteceram no disparo entre duas aulas.
Segundo
o delegado Luiz Gonzaga Júnior, responsável pelo caso, o autor dos disparos
disse que sofria bullying de um colega e, inspirado em massacres como o de
Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, decidiu
cometer o crime. Filho de policiais militares, ele pegou a pistola .40 da mãe e
levou para a unidade educacional.
“Ele
ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o
primeiro, carregou o segundo, deu um tiro, mas foi abordado pela coordenadora.
Ela oconvenceu a travar a arma”, disse.
G1/GO
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