Não se juntem a ações dos EUA e estarão a salvo,
alertou vice-embaixador norte-coreano
— A situação na Península
Coreana, onde a atenção do mundo todo está concentrada, chegou ao ponto do tudo
ou nada, e uma guerra nuclear pode irromper a qualquer momento — disse o
vice-embaixador da Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas (ONU), Kim
In Ryong, a um comitê da Assembleia Geral da entidade na segunda-feira. — O
território inteiro dos EUA está dentro de alcance de disparo e caso os EUA
ameacem invadir até mesmo um centímetro de nosso território sagrado, não irão
escapar de nossa severa punição em qualquer parte do globo.
O alerta estava contido em uma cópia do
discurso preparado do vice-embaixador da Coreia do Norte na Organização das
Nações Unidas, Kim In Ryong, para uma discussão sobre armas nucleares em um
comitê da Assembleia Geral da ONU. Kim, no entanto, não leu a parte em que
alerta os países a não se juntarem aos EUA em voz alta.
“Contanto que não participe das ações
militares dos EUA contra a Coreia do Norte, nós não possuímos intenção de usar
ou ameaçar usar armas nucleares contra qualquer outro país”, de acordo com
discurso preparado de Kim.
O vice-embaixador norte-coreano da ONU
disse ao comitê da Assembleia Geral da ONU nesta segunda-feira:
— A não ser que a política hostil e a
ameaça nuclear dos EUA sejam completamente erradicadas, nós nunca iremos
colocar nossas armas nucleares e foguetes balísticos na mesa de negociação sob
qualquer circunstância.
Endurecimento das sanções
Os EUA, seus aliados europeus e o Japão anunciaram que negociam severas sanções contra a Coreia do Norte. A ONU já sancionou sete vezes o país. De acordo com fontes diplomáticas, as novas medidas poderiam afetar o petróleo, o turismo, o reenvio ao país dos trabalhadores norte-coreanos no exterior e decisões no âmbito diplomático.
POSSIBILIDADE DE CONVERSAS
Os Estados Unidos não descartam a
possibilidade eventual de conversas diretas com a Coreia do Norte, disse o
vice-secretário de Estado norte-americano, John J. Sullivan, nesta terça-feira,
horas após Pyongyang anunciar que uma guerra nuclear pode irromper a qualquer
momento. Um diálogo entre os dois adversários vem sendo estimulado
especialmente pela China, mas Washington e seu aliado Japão relutam em se
sentar à mesa de negociação enquanto Pyongyang continuar em busca do objetivo
de desenvolver um míssil com uma ogiva nuclear capaz de atingir o território
continental norte-americano.
— Eventualmente, não descartamos,
claro, a possibilidade de conversas diretas — disse Sullivan em Tóquio antes de
se reunir com seu homólogo japonês. — Nosso foco está na diplomacia para resolver
este problema apresentado pela RPDC (República Popular Democrática da Coreia,
nome oficial do país). Devemos, porém, com nossos aliados, Japão e Coreia do
Sul e outros, estar preparados para o pior, caso a diplomacia fracasse.
As tensões cresceram entre os EUA e a
Coreia do Norte após uma série de testes de armas de Pyongyang e uma sequência
de declarações cada vez mais belicosas entre o presidente dos EUA, Donald
Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un. O Conselho de Segurança da
ONU aumentou unanimamente as sanções sobre a Coreia do Norte por conta de seus
programas nuclear e de mísseis desde 2006.
BRASIL ADERE A SANÇÕES
O presidente Michel Temer assinou, na
noite desta segunda-feira, um decreto no qual afirma que cumprirá integralmente
as determinações do Conselho de Segurança da ONU, que em agosto impôs sanções à
Coreia do Norte. A determinação da Organização das Nações Unidas ocorreu depois
que o país realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em
julho deste ano.
O decreto assinado pelo governo afirma
que a decisão do Conselho de Segurança "será executada e cumprida
integralmente em seus termos". A resolução da ONU diz, entre outras
coisas, que "a proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas,
assim como de seus sistemas vetores, constitui ameaça à paz e à segurança
internacionais".
As Nações Unidas adotaram sete séries
de sanções à Coreia do Norte, progressivamente severas, principalmente um
embargo de armas, bloqueio de ativos e proibição de importar carvão, desde que
o regime norte-coreano executou seu primeiro teste nuclear, em 2006. As últimas
medidas da ONU, em 5 de agosto de 2017, privaram o ditador Pyongyang de
exportações de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo e pescados. Na época,a
China, destino de 90% das exportações norte-coreanas, prometeu respeitar as
demandas.
Gordinho maluco
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O Globo
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