Irineu Xavier da Silva |
A nossa reportagem obteve com exclusividades as informações
sigilosas que pode ser a peça chave para as investigações da morte de Irineu
Xavier da Silva, de 54 anos, que foi encontrado já sem vida, por volta das 10
horas da manhã da última quinta-feira (16), em um carreador na linha 72, zona
rural do município de São Francisco do Guaporé, Rondônia.
Irineu era conhecido pelo apelido de Tatu em toda a região do
Vale do Guaporé e trabalhava como madeireiro a vários anos. Filho de uma das
famílias pioneiras de Seringueiras, ajudou no desenvolvimento do município e
atualmente residia em São Domingos do Guaporé, distrito de Costa Marques.
O corpo de Irineu foi encontrado ao lado de uma cerca de arame
liso de joelhos, o corpo estava pendido para trás e sangramentos pelo nariz e
boca. Segundo os familiares da vítima, a Polícia que trabalhou na remoção do
corpo disse que a Perícia Criminal não foi ao local devido ao corpo não haver
sinais de violência.
O corpo foi levado para o Hospital Regional de São Francisco do
Guaporé, onde já na presença dos familiares o Médico Dr Devanir, se recusou a
liberar o laudo médico sobre a morte de Irineu devido aos rumores de que o
mesmo não teria morrido de causas naturais e sim assassinado.
Já no outro dia, sexta-feira, pela manhã, o corpo de Irineu foi
levado para a cidade de São Miguel do Guaporé para ser submetido a exame
tanatoscópico para a identificação das causas reais de sua morte, porém devido
ter passado de 24 horas o corpo estava “estourando”, iniciando seu estado de
decomposição, o exame não foi feito. O corpo foi enterrado no cemitério de
Seringueiras.
O outro lado da história
Familiares da vítima procurou um homem que estava junto de
Irineu na noite em que ele morreu, e ele fez uma revelação avassaladoras sobre
os últimos momentos que passou com a vítima. Por medo de represálias e temendo
pela vida, o homem não quis que divulgasse sua identidade.
De acordo com a testemunha, ele e a vítima, Irineu foram
contratados por alguns madeireiros para trabalharem de “olheiros” na região
para que os madeireiros pudessem tirar os caminhões vazios de dentro da FUNAI.
Na madrugada de quinta-feira durante o trabalho, a testemunha em
uma motocicleta mais alta e Irineu em uma motocicleta modelo Biz avistaram
alguns faróis de carros, e empreenderam fuga, cada um em uma motocicleta, mas
como Irineu estava com uma motocicleta Biz, acabou ficando para trás, já a
testemunha correu mais e logo na frente se escondeu em uma mata, passado algum
tempo depois, duas viatura, uma da SEDAM “Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Ambiental” e outra da Polícia Militar passaram pelo local onde
ele estava escondido e continuaram o trajeto.
Após a passagem das viaturas, a testemunha, voltou e se deparou
com a motocicleta de Irineu caída ao solo com o pneu encostado em uma porteira,
ele levantou a mesma, e deu dois gritos para chamar pelo companheiro, mas como
não obteve respostas, foi embora do local. Antes de sair, ele contou que ainda
colocou alguns ramos atrás da motocicleta para que os mesmos SEDAN e a polícia
não verem a motocicleta.
A testemunha conta ainda, que no local há um madeireiro
desaparecido e que pode ter sido assassinado supostamente pelos homens da lei,
pois segundo ele, os agentes da SEDAM e os policiais não conseguem entrar nos
carreadores feitos pelos madeireiros em meio a FUNAI, onde acabam realizando
diligências e ao encontrar algum suspeito, os mesmos realizam sessões de
torturas colocando sacolas em suas cabeças dizendo que vai matá-los para que os
mesmos confessem algo sobre as extrações de madeiras no local.
De acordo com a testemunha, a prática destas violências são
rotineiras e que após os populares terem começados a queimar veículos dos
órgãos de fiscalização pelo Brasil, os agentes intensificaram as torturas e
violência contra os trabalhadores na região.
Segundo a testemunha, ele acredita que os agentes da SEDAM e os
policias militares mataram Irineu por asfixia com uma sacola em sua cabeça,
devido ao mesmo estar um pouco acima do peso , ele pode não ter aguentado a
tortura e logo vindo a óbito, e que os policias tentaram acobertar a morte dele
tentando dizer que foi por morte natural, outra causa que levanta suspeitas é a
de não ter feito a Perícia no local do fato e nem feito os exames de
tanatoscópia para a identificação de sua morte.
Os contratantes (madeireiros) de Irineu e a testemunha como
olheiros, chegaram ser presos próximos à região mas foram liberados na
delegacia devido não haver flagrante e os caminhões estarem vazios e fora da
reserva.
A nossa redação tentou entrar em contato com o delegado da
delegacia de Polícia Civil de São Francisco do Guaporé e o escritório da SEDAM
em Costa Marques mas infelizmente não obtivemos êxito.
Planeta Folha
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