Sete anos após o crime, Daniel
da Silva Alencar, 31 anos, foi pronunciado pelo Poder Judiciário e irá sentar
no banco dos réus para ser julgado pela morte do assistente de produção
Francisco Cassio Meneses Rodrigues, à época com 24 anos. O crime aconteceu em
outubro de 2010, na Folha 06, Nova Marabá, Pará.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do
Pará, Francisco foi golpeado por uma faca durante a comemoração do aniversário
dele e da enteada. As investigações apontaram que o acusado apareceu no local
para levar embora a namorada, que estava na festa. Ela, no entanto, se recusou
a acompanhá-lo, dizendo que queria “aproveitar mais a festa”.
Testemunhas afirmam que Daniel foi embora, mas retornou em
seguida, permanecendo na frente da residência. Em seguida, a namorada saiu da
casa e tentou entrar em um automóvel, mas foi puxada pelo acusado que passou a
empurrá-la em via pública. Francisco então teria tentado defendê-la, chegando a
dizer: “Que isso, Daniel? Não faz isso, não, estamos apenas brincando". O
acusado, neste momento, teria puxado uma faca da cintura e golpeado várias
vezes Francisco, fugindo em seguida.
A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital
Municipal de Marabá, mas não resistiu aos ferimentos. Durante a fase
processual, a namorada de Daniel declarou que houve uma confusão na festa, mas
que não viu quem esfaqueou Francisco, embora tenha ouvido outras pessoas
afirmarem que havia sido o namorado dela.
Acrescentou que o acusado e o homem morto eram vizinhos e não
tinham problemas um com outro, além de afirmar que não viu o namorado armado.
Ainda segundo ela, foi a vítima quem iniciou a briga empurrando o acusado, que
havia chegado, entrado na festa e começado a beber.
No depoimento prestado na Delegacia de Polícia Civil, no
entanto, a versão dela foi diferente. Ela relatou que saiu da festa, encontrou
o namorado e foi puxada por ele. Disse, ainda, que Francisco tentou intervir e
Daniel o esfaqueou, mas afirmou que não ter visto a cena, apenas escutado os
gritos.
Outras pessoas que estavam no local afirmam não terem visto o
crime, mas terem ouvido que Daniel foi o responsável pelas facadas. Duas
testemunhas, dentre elas a viúva, relataram terem visto Francisco defender a
esposa do acusado e, por isso, ser esfaqueado. A esposa da vítima diz,
inclusive, que também foi ferida por ele quando tentou impedi-lo de fugir.
DEFESA
Daniel sempre respondeu ao processo em liberdade. Durante
interrogatório judicial, sustentou ser falsa a acusação, negando ter agredido
Francisco e afirmando não ter visto o momento em que ele foi esfaqueado. Disse
que ambos não brigaram no dia e que chegou ao local já de madrugada, conversou
com a namorada e decidiu ir embora.
O acusado afirma que ao sair da festa já estava acontecendo uma
briga na frente da residência, na qual a vítima estava envolvida. Disse, ainda,
que Francisco afirmou que ele deixasse a namorada na festa, ao que respondeu
"cuida da sua esposa, que eu cuido da minha". Neste momento, depôs,
Francisco passou a lhe empurrar e agredir, o jogando no chão.
Daniel relata que ao cair viu
outra pessoa que participava da briga se aproximar e em seguida a vítima
sangrando e gritos de que ele havia esfaqueado Francisco. De acordo com o
acusado, no entanto, um homem moreno e baixo que estava no local provavelmente
foi o responsável por esfaquear a vítima, mas que este subiu em uma moto e foi
embora. Ainda não há data agendada para a realização do júri. (Luciana
Marschall)
Correio de Carajás
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