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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Assassino confesso de Raphaella tenta suicídio em cadeia de Alexânia

Misael Pereira Olair, 19 anos, está preso desde segunda-feira (6/11), dia do crime. Ele teria pedido a carcereiros “pílula para não acordar”
Michael Melo/Metrópoles
Assassino confesso da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, em Alexânia (GO), Misael Pereira Olair, 19, tentou tirar a própria vida na cadeia. O advogado Joel Pires de Lima disse que as investidas ocorreram, pelo menos, três vezes desde segunda-feira (6/11), quando o rapaz foi preso logo após invadir a Escola Estadual 13 de Maio e dar 11 tiros na adolescente.
Misael está na unidade prisional de Alexânia e divide a cela com o homem apontado como seu comparsa, Davi José de Souza, 49. Por causa dessas tentativas de suicídio, Lima protocolou na Justiça, nesta quarta (8), requerimento pela separação da dupla.
“O Davi não quer presenciar um possível suicídio. Além disso, tentamos evitar que ele seja ainda mais responsabilizado pelos atos do Misael”, explicou o advogado. O juiz substituto do Fórum da Comarca de Alexânia, Leonardo Lopes dos Santos Bordini, tem até 15 dias para decidir sobre o pedido.

O defensor acrescentou que, segundo relatos de Davi, Misael pede aos agentes penitenciários que deem a ele “pílula para não acordar mais”. O assassino de Raphaella também tem recebido ameaças de outros detentos, conforme revelou o Metrópoles na terça (7).
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Em depoimento à delegada que investiga o caso, Rafaela Azzi, Misael já havia relatado a intenção de acabar com a própria vida. No momento da sua captura, ele portava suposta mistura de veneno para rato e paracetamol. O rapaz afirmou à investigadora que beberia o líquido vermelho logo após matar Raphaella.
A comarca de Alexânia analisa outro requerimento elaborado pela defesa de Davi, pedindo que ele responda ao crime em liberdade. Para Misael, o advogado solicitou diretamente à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO) o acompanhamento da integridade física do acusado. Segundo Lima, o rapaz estaria sofrendo retaliação dentro do presídio por parte dos carcereiros.

Para Lima, o olho roxo do acusado nesta terça-feira (7), na audiência pública de custódia, indica sinal de represália. Na ocasião, após questionamento do juiz Leonardo Bordini, Misael respondeu que o hematoma foi ocasionado por queda no banheiro. “Essa história é balela. Se apareceu com hematoma após o exame de corpo de delito [feito na segunda-feira, dia da prisão], algo errado aconteceu, pois o procedimento não havia indicado lesão alguma”, afirmou.

Família abandona
O advogado contou que, desde a prisão de Misael, os familiares mais próximos não o procuraram. Inicialmente, o criminalista defenderia apenas Davi. Mas a OAB-GO o nomeou para atuar também pelo autor dos disparos. Lima afirma que até mesmo parentes distantes do rapaz estão escondidos, por medo de retaliação.
O crime chocou Alexânia, cidade com 26 mil habitantes. Raphaella foi assassinada com 11 tiros à queima-roupa, sete deles no rosto. Misael pulou o muro da escola, invadiu a sala onde a jovem estudava e disparou contra ela. A entrada dele no local e o pânico dos estudantes foram registrados por câmeras de segurança.
Na sequência, Misael tentou fugir em um carro conduzido por Davi, que havia levado o rapaz até o colégio. A dupla acabou presa. Além do revólver calibre .32, o assassino confesso portava uma faca e uma máscara, utilizada por ele na hora do crime. Em depoimento, Misael disse que matou a estudante por sentir “ódio” dela.
Segundo a delegada, trata-se de crime passional, pois o rapaz havia tentado se aproximar da jovem e reagiu brutalmente diante das negativas dela.



Metrópoles

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