Grupo atuou nos
anos 90 e promoveu fraudes no ICMS
O
juiz da Sétima Vara Criminal, Marcos Faleiros da Silva, condenou a 6 anos e 5
meses de reclusão no regime semiaberto, além do pagamento de multa de 1 salário
mínimo, os ex-servidores da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, Leda Regina
Rodrigues, Eliete Maria Modesto, Antônio Ourives e Ivan Modesto por crimes
contra a ordem tributária. Eles teriam cometido fraudes no Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no fim dos anos 1990 e teriam
causados prejuízos de R$ 62,3 milhões aos cofres do Poder Executivo estadual.
A decisão, proferida no dia 11 de setembro de 2017, foi
publicada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso na última terça-feira (14) e
ainda cabe recurso. Eles ainda foram condenados ao pagamento das custas
processuais, que serão dividas entre os réus.
O magistrado também determinou o envio de um ofício a Secretaria
de Estado de Fazenda de Mato Grosso para que o Poder Executivo Estadual promova
a exoneração dos servidores. Leda Regina Redrigues, ex-coordenadora geral da
Administração Tributária da Sefaz-MT durante a gestão Dante de Oliveira, foi a
última dos funcionários públicos da pasta a ser exonerada.
Ela deixou o cargo no ano de 2006. Os ex-servidores foram
condenados no crime de “exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente”.
FRIGORÍFICO
Segundo a denúncia, em agosto de 1999, agentes do Posto Fiscal
Flávio Gomes, em Cuiabá, apreenderam documentos fiscais que teriam sido
supostamente emitidos pela empresa Frigominas Indústria e Comércio de Frios,
que tem sede em Cacoal (RO). Os documentos, porém, apresentavam carimbos falsos
que atestavam a passagem do produto – carne resfriada -, pelo Posto Fiscal XII
de Outubro, localizado na divida entre os Estados de Mato Grosso e Rondônia.
Um inquérito policial foi instaurado, descobrindo-se que o produto
havia sido carregado, na verdade, em Pontes e Lacerda (443 km de Cuiabá) pelo
Frigorífico Guaporé. Além da falsificação de documentos, o inquérito policial
descobriu que outras fraudes destinadas a sonegação de tributos eram realizadas
pelo Frigorífico Guaporé, que utilizava empresas de fachada para tanto –
Indústria e Comércio de Carnes Vale do Guaporé, Guaporé Indústria e Comércio de
Carnes, e Indústria e Comércio de Carnes Portal do Vale, todas sediadas no
mesmo endereço.
O esquema causou prejuízo de R$ 15,6 milhões, porém, o valor foi
atualizado para R$ 62,3 milhões.
Folha Max
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