“Infelizmente a OAB, mais uma
vez, está de luto. Ser advogado parece que virou uma profissão de risco mesmo”.
As palavras são do advogado Haroldo Gaia, presidente da Subseção Marabá da OAB
– Ordem dos Advogados do Brasil –, ao falar ontem (10), na mídia local, sobre o
assassinato do advogado Mario Pinto da Silva. O profissional foi executado a
tiros na noite da última terça-feira (7), na cidade de São Félix do Xingu, no sul
do Pará.
Haroldo Gaia observa que o direito à vida, que é uma garantia
básica, é justamente o direito que vem sendo violado. “Depois, a nossa
Constituição nos garante o nosso direito a cidadania e cidadania envolve todos
os direitos, inclusive segurança pública, infelizmente segurança pública é o
que esse Estado não está dando pra ninguém”, critica o advogado.
Ainda de acordo com ele, o advogado é a voz da sociedade, e é
este agente que está sendo morto dia após dia. “Infelizmente o Pará está
virando campeão na estatística de morte de advogados. Nós somos mais de um
milhão de advogados neste país e tenho certeza esse um milhão de advogados está
de luto hoje”, afirma Haroldo Gaia.
O presidente da OAB/Marabá acrescenta ainda que, se os advogados
estão sem segurança alguma, isso é um reflexo do que ocorre com toda a
sociedade, sobretudo as pessoas mais desprotegidas. “Sem falar no cidadão que
está morrendo todo dia”, resume, acrescentando: “O apelo que a OAB faz é por
segurança pública, não somente para os advogados, mas para toda a sociedade”.
Ainda segundo ele, no interior do Pará a situação é mais
agravante ainda, sobretudo nesta região do Estado, mas a categoria não vai
ficar parada diante da situação. “Na região sul e sudeste (do Pará) nós temos
mais de 1.500 advogados e todos os advogados vão reagir. A OAB está de pé e vai
cobrar das autoridades uma apuração imediata desse crime, que com certeza foi
um crime de encomenda”, resume.
Saiba Mais
O advogado foi assassinado dentro do carro dele, enquanto esperava
sua mulher sair da escola em que leciona. A polícia ainda não divulgou se tem
pistas – ou não – sobre a autoria e tampouco a motivação do crime. (Chagas Filho)
Correio de Carajás
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