Sede da Comtran ficou destruída. (Foto: Inácio Gonzaga) |
A Polícia Militar e a Polícia Civil de Santarém, no
oeste do Pará, enviaram 18 policiais para a cidade de Oriximiná, nesta quarta-feira (6),
para reforçar a segurança no município, onde os moradores iniciaram um protesto
na noite de terça-feira (5).
De acordo com o superintendente da Polícia
Civil do Baixo Amazonas, Gilberto Aguiar, três policiais civis da equipe do
Núcleo de Apoio a Investigação (NAI) foram para a cidade, entre eles o delegado
Silvio Birro e dois investigadores. O comandante do 3º Batalhão de Polícia
Militar (3º BPM), coronel Antenor Oliveira, informou que a Polícia Militar
enviou um efetivo de 15 policiais do Tático.
Segundo informações de um morador que prefere não se
identificar, um grupo de aproximadamente 200 pessoas planeja atear fogo em
órgãos públicos ainda nesta quarta-feira. Ainda de acordo com ele, os protestos
tomaram outra dimensão e continuaram porque a população está insatisfeita com a
administração pública. "A cidade está um caos e sabemos da informação que
pela noite querem invadir órgãos públicos. Agora, já estão protestando por
tudo, envolve política e gente grande", conta.
Prefeitura
Conforme informou o prefeito de Oriximiná,
Luiz Gonzaga Filho, até às 20h desta quarta-feira, a cidade estava sem tumulto.
Ele falou que as atividades da Coordenadoria Municipal de Trânsito (Comtran)
foram suspensas. “Só o Detran está funcionando, então os serviços de emissão de
documento estão normais. A Comtran fazia apenas a fiscalização no trânsito e
como nós só tínhamos dois agentes e os dois passaram por isso, a fiscalização
está suspensa”.
Sobre as acusações de que os agentes
municipais agiam com grosseria durante as fiscalizações, o prefeito informou
que ficou sabendo somente depois que os protestos iniciaram.
Gonzaga Filho também ressaltou que os
protestos envolvem pessoas que estão insatisfeitas com a prefeitura. “Tem
alguma coisa a ver com isso, são os adversários né? Tem as pessoas também que
são multadas, que são detidas por falta de documentação e também as pessoas
insatisfeitas, que são do lado contrário do governo”, completou.
Entenda
o caso
O tumulto inciciou após uma suposta abordagem violenta de agentes a um motociclista, durante uma blitz, na noite de terça-feira (5). Segundo informações de testemunhas que estavam no local, Carlos Diogo Tavares, que conduzia o veículo, não parou na barreira da Comtran, por isso, um dos agentes teria chutado a moto. Na ocasião, Tavares estava sem capacete. Ele caiu no chão, bateu a cabeça e foi levado para o Hospital Municipal de Oriximiná.
Após o acidente, a população tentou
agredir os agentes, mas eles conseguiram fugir do local. A sede e as viaturas
da Comtran foram incendiadas. O protesto continuou durante a madrugada e chegou
até a casa dos agentes que realizavam a operação.
De acordo com informações da família,
Carlos Diogo Tavares foi transferido para Santarém.
Ele saiu de Oriximiná por volta das 17h desta quarta-feira. “Ele saiu
consciente do hospital e até deu um sorriso”, disse a irmã, Samara Seixas.
O G1 tenta contato com a Coordenadoria Municipal de Trânsito
de Oriximiná, mas até o momento, não conseguiu informações.
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