Polícia catalã indica que intenção dos criminosos
era usar explosivos no ataque nas Ramblas
Ferido em atropelamento em Barcelona recebe assistência - Oriol Duran / AP |
Os terroristas que causaram os
atentados na Catalunha, em Barcelona e Cambrils, na semana passada, admitiram
diante de um juiz nesta terça-feira que planejavam uma matança maior. Eles
confirmaram o que haviam dito aos "Mossos d'Esquadra", a força
policial catalã, informaram fontes judiciais que acompanham o processo. De
acordo com as investigações, a célula terrorista acusada de arquitetar os
ataques que deixaram 15 mortos e 130 feridos pretendia usar explosivos no ataque,
ao invés de veículos, como o furgão usado para atropelar centenas nas Ramblas,
calçadão turístico de Barcelona.
Um acidente que provocou a
explosão de uma casa em Alcanar na véspera do atropelamento, no entanto, teria
os forçado a mudar os planos. Segundo a polícia, o local era uma base para
preparar explosivos para a execução de atentados de maior envergadura.
Mohamed Houli Chemlal, ferido
nessa explosão — o primeiro evento que desencadeou os atentados —, foi quem
confessou à Audiência Nacional de Madri, jurisdição especializada em crimes de
terrorismo, o plano de um ataque maior. Mohamed Aallaa, Salah El Karib e Driss
Oukabir, o primeiro preso, se apresentaram ao juiz Fernando Andreu em seguida.
Dois deles são irmãos de outros
integrantes da mesma célula jihadista que foram mortos pela polícia. No total,
12 homens eram suspeitos de integrar o grupo que cometeu os ataques, a maioria
marroquinos.
Da esquerda para direita: Mohamed Houli Chemlal, Mohamed Aallaa, Salah El Karib e Driss Oukabir— os quatro terroristas presos por envolvimento nos atentados na Catalunha - Reprodução |
As autoridades de segurança do
Marrocos informaram que prenderam um segundo suspeito de envolvimento com os
atentados. Ele seria primo dos irmãos Driss Oukabir e Moussa Oukabir, este
morto pela polícia na operação antiterrorista em Cambrils. Com esta prisão, o
número de detidos chega a seis: os quatro na Espanha e dois no Marrocos.
COMPOSIÇÃO DA CÉLULA TERRORISTA
Entre os 12 terroristas que
integravam o grupo responsável pelos ataques da Catalunha, oito morreram: cinco
pela polícia na madrugada de sexta-feira em Cambrils; dois quando manipulavam
explosivos em Alacanar e o oitavo, Younes Abouyaaqoub, procurado em toda Europa
como o suposto motorista que atropelou a multidão nas Ramblas, foi morto na segunda-feira
pela polícia.
Os outros quatro foram detidos. Um
deles, Mohamed Houli Chemlal, ficou ferido na explosão da casa de Alcanar.
VISITA A PARIS ANTES DE
ATENTADOS
O ministro do Interior da França,
Gérard Collomb, revelou nesta terça-feira que pelo menos quatro entre os 12
terroristas que integravam a célula extremista responsável pelos atentados da
semana passada na Catalunha, que deixaram 15 mortos, estiveram em Paris dias
antes dos ataques. Segundo a autoridade, o carro Audi A3 dos criminosos foi
detectado por um radar em Essone, região da capital francesa, com quatro
pessoas a bordo em 12 de agosto — uma semana antes dos atentados em Barcelona e
Cambrils.
Em entrevista concedida à rede
BFMTV, Collomb contou que as câmeras de trânsito em Paris registraram um Audi
A3, usado no atentado de Cambrils, por excesso de velocidade.
Extra
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