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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Pará joga fora remédios de alto custo

No País, prejuízo é de R$ 16 milhões. No Estado, desperdício custou R$ 3,5 mi

Foto: Reprodução/TV Liberal
O Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 7,1 bilhões por ano para comprar esses remédios. Mas pelo menos uma parte desse valor tem ido direto para o lixo. Um relatório inédito da Controladoria-Geral da União (CGU), concluído em abril, mostra que onze Estados e o Distrito Federal jogaram remédios fora em 2014 e 2015. As causas do desperdício, que chega a R$ 16 milhões, foram validade vencida e armazenagem incorreta. Os Estados em que houve descarte foram Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

No Pará, a auditoria analisou às aquisições de medicamentos especializados efetuadas pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), nos anos de 2013 e 2014, cujo montante financeiro corresponde a R$ 3.585.595,26. Dentre as inadequações, foi constatada na inspeção física a existência de medicamentos vencidos na Central de Distribuição da Sespa, bem como em quatro, das doze unidades de dispensação visitadas: UDME Hospital de Clínicas Gaspar Viana (HCGV, UDME Hemopa, UDME Centro Universitário do Pará (Cesupa) e UDME Hospital Universitário Bettina Ferro e Souza (HUBFS). 
Os auditores identificaram 2.645 comprimidos vencidos, sendo 680 deles de Metotrexato 25 mg/20ml, usado no tratamento de câncer; e 580 de Risedronato Sódico 35 mg, destinado ao tratamento e prevenção da osteoporose (perda de material ósseo). Ambos os medicamentos foram encontrados na Central de Distribuição da Sespa, em Marituba, que encaminhou justificativa para a CGU: “Foram itens programados pelas unidades, entretanto houve uma diminuição de consumo durante o final de 2013 e inicio de 2014, fazendo com que não houvesse o consumo esperado. Foi feita (sic) algumas tentativas de permuta entre outros Estados, como acontece de rotina com os medicamentos que visualizados de baixo consumo, no entanto, não conseguimos êxito.”
Ainda de acordo com a apuração, foram descartados por validade 406 comprimidos de Ciclosporina, usado na prevenção da rejeição do enxerto após transplantes de órgãos sólidos e medula óssea; 328 comprimidos de Galantamina, utilizado no tratamento do Mal de Alzheimer; 360 de Topimarato, indicado para o tratamento de câncer de próstata; 240 de Sulfassalazina, anti-inflamatório intestinal com ação antibiótica e imunossupressora; 120 de Topimarato, usado no tratamento de crises epilépticas; 50 de Codeína, analgésico derivado do ópio, usado para alívio de dores crônicas; e um de Triptorrelina, destinado ao uso em técnicas de reprodução assistida. 
Nesses casos, as justificativas pelas perdas variam de recebimento de doações com prazo de validade curto, devolução pelo paciente até consumo inferior ao programado. A secretaria admite ainda a dificuldade na interlocução com as unidades dispensadoras, no sentido de providenciar, tempestivamente, alternativas para se evitar o descarte de medicamentos em razão de prazo de validade expirado.



ORM


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