Decreto de Temer acaba com a Reserva Nacional de
Cobre entre o Pará e o Amapá
Vista aérea da Amazônia - Marcelo Sayão / Agência O Globo/07-02-1998 |
Depois de mais de 30 anos fechada à
atividade de mineração, uma imensa área da Amazônia rica em ouro poderá ser
explorada pela iniciativa privada. Por meio de um decreto publicado na edição
desta quarta-feira do Diário Oficial da União, o governo federal extinguiu a
Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada em 1984, ainda durante a
ditadura militar. Com isso, uma área de cerca de 47 mil quilômetros quadrados
entre o Pará e o Amapá está liberada para extração de ouro e outros minerais
nobres.
A expectativa do governo é, agora,
iniciar os leilões das áreas para as empresas interessadas em explorar a área.
No decreto, assinado pelo presidente Michel Temer, o governo destaca que a
extinção da Renca “não afasta a aplicação de legislação específica sobre
proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras
indígenas e áreas em faixa de fronteira”.
Apesar de ter cobre no nome, a reserva
é rica sobretudo em ouro, mas também em tântalo, minério de ferro, níquel,
manganês e outros minerais. Não há informações sobre o tamanho dos depósitos.
Mas a avaliação do Ministério de Minas e Energia é que a área poderá se tornar
algo de relevância mundial e despertar a atenção de mineradoras de todo o
planeta.
A reserva do cobre foi criada por meio
de um decreto assinado pelo presidente militar João Figueiredo, que impediu a
exploração mineral na mata. A área fechada tem o tamanho equivalente ao do
estado do Espírito Santo, ou oito vezes a dimensão do Distrito Federal. O plano
dos militares era explorar, por meio de uma estatal, grandes jazidas de cobre
na região. Essa intenção, no entanto, não saiu do papel.
Sem mineração, a área reúne florestas
protegidas e terras indígenas. Por isso, a liberação da região para as
mineradoras preocupa ambientalistas. O governo federal ainda não detalhou como
será a entrada de mineradoras na região.
O Globo
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