Givanildo Borges atuava como pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus
em Cubatão. Quadrilha já agiu em, pelo menos, cinco cidades do estado.
Pastor que atuava em Igreja evangélica de Cubatão está foragido (Foto: Divulgação/Polícia Civil) |
Um pastor evangélico de Cubatão (São Paulo), é suspeito de ser o chefe de uma quadrilha que assaltava igrejas e templos em
cidades do litoral e interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ele
entrava nas igrejas, pedia uma benção ao religioso que atuava no local e obtia
informações sobre o dízimo e objetos valiosos. Em seguida, a quadrilha invadia
o templo e roubava os fiéis e o dinheiro da igreja. O pastor e outros
integrantes da quadrilha são considerados foragidos, após o pedido de prisão
temporária do grupo ser deferido pela Justiça.
De acordo com a
polícia, as investigações começaram em abril, quando a quadrilha assaltou uma
igreja em Cubatão. Após colher informações, a equipe do delegado Antonio
Messias, titular da cidade, descobriu que o grupo era liderado por Givanildo
Borges, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus na Vila dos Pescadores, em
Cubatão.
“Eles escolhiam
a igreja, chegavam no fim do culto evangélico, com veículos roubados ou
furtados, e esperavam o local esvaziar. O pastor entrava na igreja com alguns
fiéis, que ficavam organizando a igreja após o culto. Esse pastor entrava, se
dirigia ao pastor do local e pedia uma benção, dizia que estava com problemas,
fazia uma oração e aproveitava para fazer uma verificação do ambiente, ver onde
havia objetos de valor”, afirma Messias.
Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o ‘Chuchu’, fazia parte da quadrilha (Foto: Divulgação/Polícia Civil) |
Segundo o delegado, após a falsa
benção, o pastor se encontrava com os comparsas nos carros e repassava as
informações aos outros criminosos sobre o dízimo e objetos valiosos. O grupo
entrava na igreja e roubava os fiéis e o dízimo. Depois, voltavam para os
veículos e fugiam.
A quadrilha
efetuou roubos em outras cidades do estado. Ao todo, foram seis crimes em
templos evangélicos, sendo um na Igreja Mundial do Poder de Deus, da qual o
pastor Givanildo fazia parte, e outros cinco na Igreja Universal do Reino de
Deus (IURD), nas cidades de Peruíbe, São Roque, Cubatão, Guarujá e Mongaguá. O
grupo também efetuou um roubo a uma empresa de produtos eletrônicos em Santos e
a uma residência em Bertioga.
“Em São Roque,
foi em uma Igreja Mundial, a mesma rede onde ele trabalhava. Quando abordaram
os fiéis, um deles era guarda municipal e estava com uma arma. Quando eles
descobriram, pegaram a arma e apontaram para ele, mas, por sorte, a arma não
disparou, falhou. Eles agrediram o guarda, que ficou três dias internado e está
afastado até hoje. Eles agem com muita violência contra os fiéis e andam
armados”, diz Messias.
Felipe Marcolino dos Santos, conhecido como 'Vovô' (Foto: Divulgação/Polícia Civil) |
Segundo a polícia, durante as
investigações, os agentes foram até o quarto utilizado por Givanildo na Igreja
Mundial, em Cubatão. Eles não localizaram o pastor no local, mas encontraram
cinco notebooks que foram roubados da empresa de eletrônicos, em Santos.
Ainda de acordo
com as autoridades, a quadrilha é formada por Felipe Marcolino dos Santos,
conhecido como "Vovô", Roberth Lincoln Barroso Oliveira, o
"Chuchu", e Guilherme Augusto da Silva Júnior, o "Didi",
além do pastor. Didi foi preso em Mongaguá, porém, os outros integrantes da
quadrilha continuam soltos.
O G1 entrou em contato com a Igreja Mundial do
Poder de Deus. Por telefone, o diretor jurídico da igreja, Rodrigo Braga,
informou que, "por enquanto, não tem informações concretas e reais que
possam condenar o rapaz. Há cerca de um mês, aproximadamente, esse então pastor
abandou a igreja. Foi quando tomamos conhecimento de que ele estava foragido,
diante da acusação de integrar essa quadrilha que furtava as igrejas. Após o
sumiço, houve o desligamento dele como pastor, mas não temos nenhuma informação
concreta do paradeiro”.
G1/Santos e Região
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