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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Desocupação promove apreensões e pessoas são detidas em área de preservação

Desocupação promove apreensões e pessoas são detidas em área de preservação
Uma operação conjunta está retirando pela terceira vez as famílias que ocupam uma área de preservação ambiental às margens do Rio Tocantins, no Bairro São Félix, próximo à ponte rodoferroviária, em Marabá, Pará. Há pouco mais de um mês, no dia 1º de setembro, aconteceu a última desocupação. Desta vez, vários veículos foram apreendidos e pessoas estão sendo conduzidas à 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil.

Participam da ação equipes da Polícia Civil, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Guarda Municipal e Postura. De acordo com a delegada Simone Felinto, diretora da Seccional Urbana, as pessoas no local já haviam sido informadas de que estavam cometendo crimes ambientais no local.
“Essa é uma área de preservação ambiental e as pessoas têm a consciência de que não podem estar dentro da área, desmatando e queimando como estamos constatando aqui que está acontecendo. Agora, juntamente com o Ibama e outros órgãos, nós retornamos à área, apreendemos os veículos que estão aqui e vamos autuar pessoas. Algumas serão conduzidas para a delegacia. Se invadirem de novo, vamos tentar alcançá-las à medida da lei”, declarou.
Aproximadamente 200 famílias vinham levantando abrigos no local. "Eu estava construindo o barraco, mas foi expectativa, carreguei os paus de um canto, arranquei as palhas. Agora fico sem graça, estou perdendo as forças. O aluguel da minha casa venceu ontem, não tenho como pagar, estou rodado e tenho quatro meninos”, afirmou Ades Santos.
Josinaldo Ferreira de Oliveira – que estava há oito dias na área - vai além e questiona outros crimes ambientais supostamente ocorrendo às margens do rio e que não recebem, segundo ele, a mesma atenção dos órgãos públicos. “O motivo (de estar no local) é que a gente não tem propriedade, então é a vontade que temos de conseguir uma propriedade. Eu não tenho casa e justamente por isso que estou aqui. Estou tentando a terra, já tentei várias, mas nunca deu certo. Eles tinham que olhar é esse outro pessoal. Esse povo tirando areia do meio do rio, acabando com tudo, eles não vêm isso, órgão ambiental não vê isso, órgão público não vê isso”, declarou.
Segundo ele, constantemente os ocupantes observam maquinário extraindo argila das margens do rio para que caçambas a levem para as olarias, além da extração de areia do leito. “A gente só quer uma casa para morar e os órgãos caem em cima, o que está acontecendo é que eles não enxergam quem está cavando à beira de rio com maquinário”, acrescenta. Sobre essa alegação, Túlio Pereira, coordenador da Postura, afirmou que as denúncias serão investigadas, mas alegou que “essa é a desculpa utilizada para que os invasores ocupem a área”, acrescentando que o caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Pará.
“Essa área é de preservação e de risco, a questão aqui é o crime ambiental, eles estão desmatando e queimando o que existe aqui. Já não tem mato na beira do rio e ainda estão desmatando tudo. Essa é a terceira desocupação aqui nesta região e dessa vez estamos apreendendo carros, o Ibama está aqui e iremos encaminhar gente para ser autuada por crime ambiental. Não adianta entrar nesta área porque o Ibama e o MP não vão permitir que se construa casa neste local. É só prejuízo para eles”, declarou.
Roberto José Scarpari, gerente do Ibama em Marabá, afirmou que haverá investigação para identificar quem são os líderes da ocupação em questão. “Temos elementos e declarações de pessoas que ocuparam essa área de que existem as cabeças organizando essas ocupações e prometendo terra, como se fosse ocupação que será regularizada no futuro. Isso é falso, é usar de má fé e já é a terceira vez que o Ibama está sendo acionado para a desocupação de uma área que é pública. Essa área é declaradamente destinada para a população como um todo e precisa ser preservada, de proteção permanente, já está faltando água, já está o clima seco e o cidadão ainda mete fogo e vai piorando. A gente já sente diferença no clima pela falta de arborização, de reflorestamento, os rios estão chegando a uma situação de penúria”, comentou. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)





Correio de Carajás


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