
No Pará, quando se trata de grilagem de terras e extração
ilegal de madeira, tudo muda para continuar na mesma situação de 40 anos atrás.
Hoje, mais uma operação contra quadrilhas de saqueadores da floresta foi
realizada pela Polícia Federal.
Desta vez, a varredura policial, denominada " Operação
Anhangá Arara", de combate à extração ilegal de madeira nobre, ocorreu na
Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca. De acordo com a PF, um grupo empresarial
composto por familiares fazia a extração em áreas protegidas e exportava para
outros continentes. O dano ambiental estimado é de cerca de R$ 900 milhões.
Foram expedidos pela Justiça Federal de Altamira, no sudoeste
do Pará, 10 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para
depor, 11 mandados de sequestro de bens e valores e 6 mandados de busca e
apreensão em empresas e casas dos investigados, além da suspensão das
atividades das empresas envolvidas no esquema.
Cerca de 40 policiais federais participam da operação nas
cidades de Uruará, Placas, Rurópolis, Santarém, Castelo dos Sonhos e Altamira,
no Pará; em Porto União (SC), Curitiba (PR) e União da Vitória (PR).
Fraudes em créditos florestais
De acordo com a PF, a investigação começou após relatório da
Operação Cachoeira Seca, realizada pelo Ibama, que apontou que a TI Cachoeira
Seca estava sendo alvo de exploração ilegal de madeira. Durante as averiguações
foi identificado um grupo empresarial composto por familiares, cujo o patriarca
era o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas
protegidas e por escoar a madeira para as empresas do grupo familiar.
Para burlar a fiscalização e dar teor legal à madeira, o
grupo fraudava créditos florestais por meio de inserção de dados falsos no
Sisflora, além de utilizar Planos de Manejo Florestal de fachada. Depois a
madeira era transmitida entre empresas do grupo até ser exportada por meio de
portos de Belém e do Sul do Brasil.
O destino da madeira abrange os continentes Americano (EUA,
Panamá, Argentina), Europa (França, Reino Unido, Alemanha) e Ásia (Emirados
Árabes Unidos, Coreia do Sul). Segundo laudo pericial da Polícia Federal,
estima-se o dano ambiental em um valor aproximado de R$ 574.912.424,78,
referente exclusivamente às atividades de extração ilegal de madeira do
interior da Terra Indígena Cachoeira Seca e R$ 322.145.395,69 referentes aos
produtos florestais extraídos ou destruídos quando da abertura das áreas
classificadas como “corte raso”, totalizando um valor de R$ 897.057.820,47.
Que o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal,
agora, façam a sua parte. O Pará está cansado dessa mesmice criminosa contra o
maior patrimônio florestal e de biodiversidade do planeta.
Ver-o-Fato, com
informações da PF
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