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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Tromba d’água virou embarcação no Rio Xingu

Acidente deixou 23 passageiros mortos. Duas pessoas continuam sumidas

Os corpos de mais duas crianças sumidas após o naufrágio da embarcação “Capitão Ribeiro”, no Rio Xingu, na última terça-feira (22), foram encontrados pelas equipes de buscas na manhã desta sexta-feira (25).  Com isso, o número de mortos subiu para 23 e o número de resgatados passou para 27. Duas pessoas ainda continuam desaparecidas. A expectativa é de que os demais desaparecidos sejam encontrados ainda na tarde de hoje. Segundo relatos de sobreviventes, chovia muito quando o barco começou a naufragar após ser atingido pela tromba d’água.

“O barco começou a estalar e foi todo mundo para o fundo”, disse o DJ Bruno Costa, 29 anos, que sobreviveu ao naufrágio. Segundo ele, uma lona colocada sobre o barco para proteger os passageiros da chuva dificultou o salvamento de muitos. “Vivi momentos terríveis na minha vida. A lona que é amarrada quando chove impediu muita gente de sair. Eu consegui resgatar uma criança de 2 anos, mas eu estava sem colete, a criança também”, disse ele, ao contar que um homem, que também tentava se salvar, impediu que ele resgatasse a criança. “Ele subiu em cima de mim, tirou a criança e rasgou minha camisa. Eu consegui sair desse cara e ele foi para o fundo”. Segundo o DJ, ao chegar à superfície, ele avistou outros sobreviventes, mas nem todos conseguiam se manter flutuando pela falta de coletes salva-vidas. “Foi aí que consegui me manter na superfície, mas muita gente infelizmente não conseguiu”, relata.
O sub-comandante do “Capitão Ribeiro”, Waltinho Moreira, disse que aconteceu tudo muito rápido e todos foram pegos de surpresa. “Eu só sei dizer que foi um vento muito forte, que não deu pra fazer nada. Aí, veio uma tromba d’água, um redemoinho muito forte, que pegou a embarcação de surpresa e não teve nada que a gente pudesse fazer. Aí, a embarcação tombou, sem deixar chance pra ninguém”, disse o tripulante à TV Liberal. 
O barco Capitão Ribeiro saiu do município de Santarém, oeste do estado, às 18 horas de segunda-feira (21). A embarcação fez escalas nos municípios de Monte Alegre e Prainha. O destino era Vitória do Xingu. O barco afundou em uma área denominada Ponta Grande do Xingu, entre Porto de Moz e Senador José Porfírio. 
O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e a Marinha do Brasil confirmaram, ontem à tarde, a morte de 21 pessoas e 27 sobreviventes resgatados. Autoridades acreditam que cinco pessoas ainda estejam desaparecidas, depois que o proprietário do navio disse que transportava 48 passageiros, mas a estimativa oficial da Segup é de 49 passageiros. Informações extra-oficiais davam conta de que o barco conduzia 70 passageiros. O navio-patrulha “Bocaina”, da Marinha, assumiu o controle da operação de busca e salvamento, com apoio das equipes de resgate dos bombeiros e da lancha balizadora de Mar Aberto (LBM) “Marco Zero”.
O barco foi trazido à superfície ainda ontem. A embarcação foi içada à superfície por um sistema mecânico que utilizou cabos de aço atrelados a uma balsa da prefeitura, ancorada às proximidades. O içamento do barco permite que as equipes de resgate visualizem melhor a área em busca de sobreviventes ou corpos. O trabalho conta com o apoio de helicópteros que sobrevoam próximo à água.
De acordo com a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-Pa), o barco não estava licenciado para fazer o transporte de passageiros. Militares da Marinha estão no local levantando informações para o inquérito que vai apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
Até a noite da última quarta-feira (23), dez corpos haviam sido resgatados, entre eles o de um bebê de um ano; nove deles foram identificados e liberados pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC). A identificação dos corpos foi feita no Ginásio Municipal Chico Cruz, em Porto de Moz. Vários profissionais da saúde de municípios próximos foram ao local para ajudar familiares e amigos das vítimas. O corpo que estava sem identificação, até a manhã de ontem, no CPC Renato Chaves, é do sexo masculino. Segundo o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, a embarcação tinha capacidade para 90 a 100 passageiros. 
Em depoimento à polícia, o proprietário do barco que naufragou que não havia controle de passageiros no momento do embarque em Santarém, oeste paraense. De acordo com a Segup (Secretaria de Segurança Pública do Estado), Alcimar Almeida da Silva disse ontem (24), que havia cerca de 50 pessoas na embarcação e não 70 como havia sido divulgado anteriormente. 




ORM


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