A Defesa Civil de Santarém,
oeste do Pará, informou ao G1 nesta sexta-feira (21), que o nível do Rio Tapajós
poderá alcançar a cota de alerta de 7,10 metros neste sábado (22). De acordo
com a estimativa da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o
nível registrado nesta sexta é de 7,06.
Segundo o coordenador do órgão no
município, Darlisson Maia, já estão sendo feitos monitoramentos com
moradores das áreas de risco da várzea e da zona urbana. “A partir do momento
que alcançar a cota de alerta vamos reunir com os secretários. Na várzea, são
poucas as comunidades que não alagam. Na cidade é a área comercial. Então, nós
começaremos a garantir os socorros e devemos construir as passarelas”.
Apesar da cota de alerta indicar o começo
das ações de prevenção, Maia explica que os problemas só chegarão no momento em
que o nível registrar 7,30 metros.
Cheia de 2009
Água alcançou lojas no centro comercial de Santarém em 2009 (Foto: Zé Rodrigues/TV Tapajós) |
A subida contínua do rio nos últimos dias
preocupa as autoridades, que temem por uma cheia igual a ocorrida em de 2009,
considerada a maior que a região já teve. De acordo com o coordenador regional
da Defesa Civil estadual, Major Luís Cláudio, a possibilidade de que a
enchente de 2014 seja igual a de 2009, quando o nível do rio alcançou 8,31
metros no dia 30 de maio, não está descartada. O centro comercial ficou alagado
até a Rua Lameira Bittencourt, a Avenida Tapajós virou um rio e teve um trecho
interditado, e em Alter do Chão as águas subiram até a primeira rua da orla.
O major afirma que os números já
ultrapassaram os de 2013, e se aproximam da cheia de 2012, ano em que o
município também decretou situação de emergência. “A gente fala isso se
baseando em uma projeção feita pelo Sistema de Proteção da Amazônia [Sipam]
para os três primeiros meses do ano. O especialista deixou claro que era um modelo,
poderia não bater a previsão, mas nós estamos acompanhando e estava bem
distante da de 2009, mas agora está se aproximando”, enfatiza.
Na área urbana de Santarém, as galerias da Avenida
Tapajós já começaram a encher de água. Segundo o coordenador da Defesa Civil,
para evitar que a via seja interditada para circulação de veículos e de
pessoas, as bombas de drenagem da Secretaria Municipal de Infraestrutura
(Seminfra) devem começar a ser instaladas na próxima semana.
Em Alter do Chão canoas estacionaram no lugar dos carros (Foto: Zé Rodrigues/TV Tapajós) |
O coordenador do órgão em Santarém também
acredita nessa possibilidade de uma cheia igual a de 2009, mas ressalta: “a
gente acredita que chegue, mas pode ser que não chegue nesse volume todo. É
certo que vamos ter problemas. A gente nem conta tanto com as chuvas daqui de
Santarém, mas com as que caem nos municípios da região, que colaboram para a
elevação do rio”, completou Maia.
Planos de ações
Mesmo sendo apenas previsões, o major garante que já traçaram os planos de ações e que a região já está preparada. “O estado já tem planejamento e recursos. Se vai ou não ter [cheia rigorosa], nós estamos preparados. Temos a madeira para elevação dos assoalhos das casas inundadas em área de várzea. Outra demanda é ao acionamento complementar de setores do estado para complementação do município. Se medicamento não for suficiente, a Secretaria Estadual de Saúde [Sespa] entra com ações complementares. Se houver necessidade de cesta básica, articulamos também junto a instituições”, adiantou.
Darlisson Maia informou que o município já
tem cerca 2 mil e 70 metros cúbicos de madeira. O corte em tábuas deve ser
realizado na segunda-feira (24), e posteriormente o beneficiamento a quem
precisa.
G1/Santarém
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