O desembargador Rafael de
Araújo Romano, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), determinou que o
prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro (PRP), e mais cinco pessoas sejam
afastadas dos cargos que ocupam na prefeitura. Pinheiro está preso desde o mês passado por ser acusado de
chefiar uma quadrilha que explorava sexualmente crianças e adolescentes. Após a
prisão dele, o vice-prefeito, Igson Monteiro (PMDB), assumiu o comando da
prefeitura. Com a decisão judicial, se for solto, Adail Pinheiro não poderá
reassumir as funções no Executivo local.
De
acordo com a decisão do magistrado, os acusados devem ser afastados dos cargos
porque há indícios de que utilizavam a máquina pública para cometer os crimes.
“Além da utilização da máquina estatal, com o manejo de bens públicos,
inclusive recursos financeiros do município, os servidores, firmados em
privilegiada situação, porquanto titulares de cargos de chefia do poder daquele
município, supostamente aliciavam menores para que mantivessem relações sexuais
com o denunciado Manoel Adail Pinheiro. Não existe um denunciado sequer que não
tenha sido acusado de se valer do cargo público ocupado para incorrer nas
supostas práticas delituosas”, afirmou.
O
prefeito é réu em pelo menos 70 processos que tramitam na Justiça do Amazonas.
Os processos estão parados à espera de julgamento, suscitando a hipótese de ele
estar sendo beneficiado por juízes. Em 2006, a Polícia Federal passou a
investigá-lo devido a indícios de desvio de recursos públicos do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
As
denúncias de pedofilia começaram a aparecer no decurso dessas investigações em
escutas telefônicas judicialmente autorizadas. As investigações culminaram na
chamada Operação Vorax, cujo relatório foi divulgado em 2008. Desse relatório
resultou a prisão de Pinheiro, em 2009. Em agosto de 2013, Pinheiro chegou a
prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados.
Adail
Pinheiro nega as denúncias. Em nota divulgada no final de
janeiro, ele disse ser alvo de calúnia e difamação.
Agência Brasil
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