O Amazonas foi novamente destaque em uma matéria do programa
Fantástico, da Rede Globo, sobre exploração sexual de crianças e adolescentes,
neste domingo (30). Desta vez, a reportagem abordou as investigações da Operação
Estocolmo, deflagrada em novembro de 2012, em Manaus.
Com gravações telefônicas, filmagens e depoimentos, o programa
mostrou o envolvimento de políticos e empresários do Amazonas com exploração
sexual de adolescentes. Um dos apontados foi o deputado estadual Fausto Souza
(PSD) que, de acordo com a reportagem do Fantástico, pagou por um programa
sexual com uma adolescente de 16 anos em um motel de Manaus.
O programa mostrou uma conversa entre o deputado e um agenciador
identificado apenas como ‘Pablo’. Em seguida, o Fantástico mostrou uma imagem
de um carro de Fausto, no qual, de acordo com o programa, também estava a
adolescente contratada para fazer um programa sexual por R$ 100.
O empresário Waldery Areosa Ferreira e o filho dele, Waldery
Areosa Júnior também foram denunciados na reportagem por participação do
esquema de exploração sexual. Em depoimento, uma das testemunhas não
identificada pelo Fantástico cita que o empresário tem preferência pelas
meninas mais novas.
Outro acusado é o ex-prefeito de Jutaí, Asclepíades de Souza, que,
de acordo com o Fantástico, além de participar da exploração sexual também é
acusado de desvio de recursos públicos.
Também apareceu na reportagem, o ex-consul honorário da Holanda em
Manaus, Vitório Nyenhuis. Na matéria, o consul demonstra preocupação com um a
possível gravidez de uma menor de idade.
O programa mostrou, ainda, como as menores eram aliciadas para o
esquema de exploração sexual. Geralmente, as menores são de bairros pobres de
Manaus e recebem ofertas de dinheiro fácil.
Todos os advogados dos acusados
ouvidos pela reportagem negaram participação no esquema de exploração sexual de
menores de idade.
Em janeiro, o programa
Fantástico apresentou uma série de reportagem sobre denúncias de pedofilia
envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro. Após as reportagem, o prefeito
de Coari foi preso em 08 de fevereiro por determinação do Tribunal de Justiça
do Amazonas (TJAM).
No dia 12 deste mês, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE)
decidiu adiar para depois da eleição de outubro a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de pedofilia no Amazonas.
Os parlamentares argumentaram que já uma CPI, a da Telefonia, em andamento na
Casa, o que prejudicaria o andamento de outra investigação. Outro argumento foi
de que os trabalhos da comissão, se fosse criada, terminaria em julho, já no
período eleitoral.
Operação
A Operação Estocolmo foi deflagrada pela Polícia Civil e cumpriu
oito mandados de prisão, todos em residências em condomínios de luxo, na zona
oeste de Manaus. A Polícia Federal (PF) participou da ação porque um dos
investigados ocupava o cargo de cônsul. Durante a operação, foram recolhidas
mais de mil mídias de CDs e DVDs, além de computadores e câmeras fotográficas.
A investigação identificou que pelo menos 30 adolescentes, com idades entre 13
e 17 anos, eram aliciadas e agenciadas na rede.
No dia 28 de janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Amazonas
(TJAM) aceitou denúncia apresentada pela Polícia Civil e tornou réus as 20
pessoas envolvidas na operação Estocolmo. A denúncia foi aceita por unanimidade
entre os desembargadores do Pleno do Tribunal que votaram. Apenas os
desembargadores João Simões e Djalma Martins se averbaram impedidos de julgar a
denúncia por motivo de ‘foro íntimo’. O presidente do TJAM, desembargador Ari
Moutinho, alegou impedimento para não presidir a sessão.
Em fevereiro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados esteve em
Manaus para ouvir os acusados da Operação. A CPI da Pedofilia da Câmara dos
Deputados chega nesta quarta-feira a Manaus para ouvir testemunhas e envolvidos
na ‘Operação Estocolmo’, que desarticulou uma rede de exploração sexual, em
2012.
Entre os envolvidos, estão o ex-prefeito de Jutaí, Asclepíades de
Souza, e o deputado estadual Fausto Souza (PSD). Na época o do portal da Câmara
de Deputados divulgou a relação dos acusados: o cônsul da Holanda, Vitório
Nyenhuis; o ex-dono de uma instituição de ensino em Manaus, Waldery Areosa
Ferreira; e o filho dele, Waldery Areosa Júnior. Além de Aldamor Rodrigues,
Anílson Jaime Rodrigues, Casemiro Peixoto Vieira, Francisco Ferraz Feitoza,
Janaína Tomaz Ribeiro, Jian Marcos Dalberto, José Roberto Afonso, Luciana Canoe
Silva, Oscar Cruz Hagge, Pablo Thiago Gomes, Paulo Sérgio Montenegro, Raimundo
Sales Pedrosa, Tayla Silva de Souza, Vitório Nyenhuis, Walcimar de Souza e
Wilkens Maciel Fernandes.
D24AM
Nenhum comentário:
Postar um comentário