O rio Madeira, no Município de
Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus), atingiu ontem a cota 24,69 metros e
ultrapassou os 24,58 metros registrados em 1993. A preocupação agora, segundo o
prefeito da cidade, José Cidiney Lobo, é com o crescente número de doenças
causadas pela enchente e também com o abastecimento de alimentos que chegam a
cidade vindos principalmente de Porto Velho.
Segundo a dona de casa Jacira da Silva Brito, 45, que mora na
comunidade Santa Rosa dos 10 filhos, cinco ficaram doente com febre, vômito e
dor de cabeça. “Não tenho como tirar minha família da comunidade e vir para a
cidade, enquanto a água não baixar vamos vivendo”, disse a dona de casa.
O abastecimento de água é uma das principais preocupações no
município, pois nas comunidades rurais a população que era acostumada a
consumir água do próprio do rio tem sofrido com contaminação da água, além
disso desde a quarta-feira a cidade não tem mais gás para vender. “O único
local que vendia gás ficou alagado e por enquanto não há previsão de que um
novo carregamento chegue”, acrescentou o prefeito.
Para amenizar a situação a Defesa Civil distribui hipocloreto
para tratar a água que é consumida pela população.
Segundo o produtor rural Oseias Falcão dos Santos, 51, toda a
plantação de banana, macaxeira, mamão e cacau foi afetada e as pessoas estão
sobrevivendo dos produtos que foram salvos como limão alguns legumes e açai.
“Tenho cerca de três hectares de plantação e ainda não consegui calcular o
tamanho do prejuízo, mas a sensação é de um sonho destruído", disse.
O mercado municipal de Humaitá, assim como a beira-rio da
cidade, também está alagado e prejudicando os 50 feirantes.
Os feirantes foram transferidos para um local alternativo para
que a população não fique sem alimento e também para que eles continuem
trabalhando. “Está improvisado, mas por enquanto essa é única forma de
trabalhar”, disse a feirante Marilene Martins.
Segundo José Cidney dos 13 bairros de Humaitá, oito já foram
afetados e a preocupação é que há previsão de chuva forte até o dia 16 de
março.
A Crítica
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