O estado de Rondônia calcula
prejuízos público e privado da ordem de R$ 1 bilhão por causa da cheia do Rio
Madeira. No final de fevereiro, a Prefeitura de Porto Velho (RO), decretou
estado de calamidade pública no município e, durante reuniões em Brasília,
o governador Confúcio Moura reforçou pedido para que o Ministério da Integração
Nacional também reconheça estado de calamidade na capital rondoniense.
Com esse reconhecimento, é possível
agilizar o pedido e liberação de recursos da União para reconstrução e
assistência às vítimas.
Segundo Confúcio, o
governo federal já liberou cerca de R$ 7 milhões para socorro imediato às
vítimas das cheias. “Para os investimentos estruturantes, precisamos esperara a
água baixar pra ver o que fica. Ninguém sabe como vamos encontrar as rodovias e
pontes que estão submersas”.
O governador explicou que os três
municípios mais afetados – Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré – já estão
fazendo uma mesa de reconstrução para elaborar propostas e submeter aos
ministérios tão logo o nível do rio baixe.
Segundo Confúcio, os projetos a serem
desenvolvidos no estado dependem de uma engenharia especializada, pois além das
estradas e pontes, existe a necessidade de construir protetores das encostas do
rio, em Porto Velho. “É uma obra de engenharia fantástica, como já foi feito na
Estação das Docas de Belém (PA), em Ponta Negra em Manaus (MA), no Aterro do
Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ), assim como no mundo todo tem sido feita essa
proteção. E vamos pedir apoio para o projeto de empresas que podem fazer esse
cálculo de profundidade de água, que além do embelezamento das marginais,
também traz segurança no caso de uma nova enchente”.
O governador conta ainda que, em
audiência com a presidenta Dilma, ele prometeu a construção de um novo porto –
maior e mais seguro, em Porto Velho. Com a cheia do Rio Madeira, o porto local
ficou paralisado por quatro dias, impactando o escoamento da produção de grãos
do estado.
Também foram discutidos a prorrogação
de dívidas e o modelo de reconstrução da agricultura familiar, com proposta de
criação de peixes em tanques-rede nos próprios rios e lagos da região, e a
prorrogação do pagamento do seguro defeso para os pescadores artesanais das
regiões afetadas. “É um seguro pago pelo Ministério do Trabalho no período de
piracema, mas agora também está impossível pescar com o volume do rio e a falta
de moradia e equipamento de pesca”, explicou Confúcio.
O Rio Madeira alcançou ontem (13), às
15h, a marca de 19,09 metros de altura em relação ao leito. Segundo o governo,
com informações do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), com as
fortes chuvas que ainda caem na Bolívia e no Peru, o nível do rio Madeira deve
chegar aos 19,30 metros até o dia 20 de março. Após isso, a tendência é a
estabilização, pois as chuvas serão mais esparsas. A cota de alerta do Rio
Madeira é 14 metros.
Portal do Amazonas
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