O clima é de tranquilidade em Jacareacanga, sudoeste
paraense, na manhã desta quarta-feira (14), segundo informou a Polícia Civil do
município. No final da manhã de ontem (13), houve um princípio de tumulto entre
índios da etnia Munduruku e moradores da cidade.
A confusão
aconteceu devido a uma passeata promovida pela população contra os indígenas,
que ontem atearam fogo no alojamento dos professores da cidade. Os índios
protestaram contra a demissão de 70 professores leigos ocorrida no início do
ano, atendendo a uma decisão do Ministério da Educação (MEC).
Uma reunião marcada para o dia 28 deste mês com
indígenas, prefeitura de Jacareacanga e representantes da Fundação Nacional do
Índio vai discutir a situação.
Denúncia do Cimi
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou em
seu site que dois Munduruku foram atingidos por rojões e ficaram feridos nas
pernas. Eles foram identificados como Rosalvo Kaba Munduruku e Francineide Koru
Munduruku. Segundo o conselho, garimpeiros, comerciantes e representantes do
poder público de Jacareacanga estavam no grupo que entrou em confronto com os
índios. 'Manifestantes diziam que índios não têm direitos aqui em
Jacareacanga', disse uma indígena que preferiu não se identificar.
Apuração
O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofícios à
Delegacia da Polícia Federal em Santarém e ao Comando Geral da Polícia Militar,
em Belém, solicitando atenção para situação de tensão em Jacareacanga.
'Solicito a intervenção deste comando junto à Polícia Militar em Jacareacanga,
a fim de que haja efetiva atuação visando controlar a situação e preservar a
integridade física de todos os envolvidos', diz o ofício enviado ao comando da
PM pelo procurador da República Camões Boaventura, de Santarém.
À PF, o procurador solicitou o envio de uma equipe
para fazer diligências no local, com urgência. O MPF também vai solicitar
abertura de inquérito policial à PF para apurar as responsabilidades pelas
agressões.
ORM News
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