Evenilson de Oliveira Ferreira, 19, conhecido como
'Mistério', disse que o cantor foi morto por engano; traficante de Coari seria
alvo de crime.
Mistério disse que cantor Melvino de Jesus Jr morreu por engano; alvo era traficante de Coari (Foto: Ive Rylo/G1 AM) |
eço desculpa para a família e amigos
pelo que aconteceu”, se disse o suspeito de mandar assassinar o cantor Melvino
de Jesus Júnior, da banda “Júnior e Banda”, na manhã desta quinta-feira (15). O
suspeito Evenilson de Oliveira Ferreira, 19, conhecido como “Mistério”, foi
preso na noite de quarta-feira (14). O cantor foi assassinado no 29 de março deste ano, em Codajás,
a 240 km de Manaus, local em que Melvino foi fazer um show.
O suspeito foi
encontrado por policiais dentro de um veículo, na Avenida Efigênio Sales. Ao
ser abordado, ele se rendeu e se entregou.
“Estamos desde
a sexta-feira monitorando os possíveis locais onde ele estaria. De noite,
conseguimos prendê-lo no trânsito. Foi uma ação cirúrgica, sem nenhum disparo
efetuado e ele foi encaminhado para delegacia de homicídios”, disse o delegado
da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (Dehs), Juan Valério.
Para os
investigadores, “Mistério” foi o mandante e mentor intelectual do crime assim
como Marcos Ribeiro Ramos, que permanece foragido. Apesar de ele confessar o
crime, o suspeito afirma que a intenção não era matar o cantor e sim um
traficante de Coari.
“Ele não teve
dificuldade de confessar o seu delito. Todos eles falam que o cantor não era o
alvo, e sim o traficante. Perguntamos o motivo da ameaça e ele se calou. Na
verdade, eles não querem ligar isto ao tráfico, porque estaria caracterizado
associação criminosa e seria mais um crime que ele iria responder”, disse o
delegado Juan Valério.
“Mistério”
teria contratado dois pistoleiros, Henrique
Silva da Silva, 22, conhecido como “Kinho” - preso no dia 13 de junho - e Fábio Barbosa de Souza , o
"Índio" - que esta foragido - para cometer o delito. Ele prometeu
pagar 1 quilo de droga que seria dividido entre os dois pistoleiros.
Cantor Melvino de Jesus Júnior, da banda Júnior e Banda (Foto: Reprodução/Facebook) |
Durante a
coletiva, "Mistério" se mostrou arrependido e pediu perdão para a
família com cantor. “Peço desculpa. Perdão só vem de Deus, não vem da família”,
disse.
Ele afirmou que
o alvo era um traficante que atua em Coari. Mistério diz que recebia ameaças de
morte. "Qualquer coisa que acontecia em Coari era eu (o culpado). Morreu
um pessoal e ele ( traficante) achou que a culpa era minha e mandou me matar.
Eu resolvi matar ele, se não eu ia morrer", disse.
O suspeito
disse, ainda, que os homicídios não foram motivados pelo tráfico de drogas.
“Não foi por conta do tráfico de drogas (a morte do cantor), foi por conta da
bronca de Coari. Já tinham mandado me matar. A intenção era matar o traficante,
e não o cantor”, afirmou.
Familiares do
cantor acompanharam a coletiva. Nenhum deles quis falar com a imprensa.
Corpo exumado
O corpo do
cantor, enterrado no dia 1º de maio na capital, foi exumado na manhã de segunda
(12). Em seguida, os restos mortais foram levados para perícia complementar no
Instituto Médico Legal (IML). O delegado Juan Valério, titular da Delegacia
Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), disse que a medida foi
necessária para retirar as balas do corpo de Melvino, a fim de esclarecer
dúvidas que surgiram no Inquérito Policial (IP) em torno do caso.
Entenda o caso
Segundo a
polícia, Evenilson de Oliveira, "Mistério", e Marcos Ribeiro Ramos
teriam arquitetado a morte do suposto traficante de Coari. Contudo, a
articulação deu errado e o cantor Melvino acabou morto.
Eles teriam
entrado em contato com Josinei Oliveira, o "Dentinho", para contratar
pistoleiros em Manaus. "Dentinho" contratou Henrique Silva da Silva,
22, conhecido como "Kinho", e Fábio Barbosa de Souza,
"Índio". Também teriam participado da ação, um homem identificado
como "Kailson", da cidade de Coari, e ‘Vanzinho’, de Codajás.
Desses,
permanecem foragidos Marcos Ribeiro Ramos, Josinei Oliveira e Fábio Barbosa, o
Índio. Todos os outros suspeitos foram presos por suspeitas de envolvimento no
crime.
G1/AM
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