Ana Cristina e mãe, Marlene Marian Foto: Reprodução Facebook |
Mãe e filha morreram baleadas em meio a um intenso tiroteio no Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (30). Marlene Maria da Conceição, de 76 anos, e Ana Cristina Conceição, de 42, ainda foram levadas para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas chegaram mortas à unidade de saúde.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o socorro de
Ana Cristina e Marlene. Uma delas, inclusive, tem o corpo enrolado em lençois e
transportada por vizinhos. Em
protesto pouco depois das mortes, um ônibus da linha 627 (Inhaúma x Saens Peña)
foi incendiado no Viaduto da Mangueira, que agora está fechado nos dois
sentidos. A Radial Oeste está interditada na altura do elevado, assim como a
Rua Visconde de Niterói.
Pouco antes de morrer, Ana Cristina fez uma postagem no
Facebook, por volta das 11h, referindo-se ao confronto que acontecia na
Mangueira e que já durava, então, quase três horas: "Não dá pra
acreditar". Em post no dia 24 de maio, ela também se queixou sobre a
violência: "Muito tiro. Deus proteja-nos aqui na Mangueira". Ela foi
atingida por um tiro nas costas.
A troca de tiros começou quando agentes da Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) da Mangueira faziam um patrulhamento. De acordo com a
assessoria de imprensa das UPPs, os policiais foram atacados por criminosos na
localidade conhecida como Buraco Quente. Segundo informações, as vítimas
desciam o morro a caminho do trabalho quando foram atingidas.
O ônibus em chamas no Viaduto da Mangueira Foto: Centro de Operações da Prefeitura do Rio / Reprodução |
Segundo
um sobrinho de Marlene que está no Salgado Filho, mas não quis se identificar,
a idosa foi atingida por quatro tiros: um no pescoço, um em cada mão e um no
joelho. Em seguida, a filha tentou socorrê-la, mas também foi baleada.
-
Foi uma matança, os policiais sabiam que era uma senhora de idade - disse ele.
- Não sei o motivo. Não entendo se os policiais são treinados para salvar ou
para matar.
De
acordo com familiares, desesperado ao ver o corpo da mulher, o marido de Ana
Cristina deu um soco na parede e quebrou a mão.
O ônibus queimado no protesto Foto: Alexandre Cassiano / O Globo |
Segundo o titular da Delegacia de
Homicídios da Capital, Fábio Cardoso, equipes do Grupo Especial de Local do
Crime (GELC) estão nas ruas em diligências.
- As equipes do GELC estão na rua
para tratar e investigar estes crimes e, para não expor a investigação e por
questão de segurança de testemunhas e vítimas, não divulgamos as diligências
realizadas - falou.
Desde cedo moradores relatam, em
redes sociais, um intenso tiroteio na comunidade, que começou durante uma
operação da Polícia Militar. De acordo com eles, os tiros começaram no incício
da manhã e foram se intensificando. Há comentários sobre sons de bombas
explodindo na favela.
"Que Deus Proteja Todos Do Morro
Da Mangueira".
INTENSO TIROTEIO com bombas aquí no Morro da
MANGUEIRA há mais de uma hora!
— RedPorTiAmerica (@redportiamerica) June 30, 2017
Tiroteio na mangueira.
Quase levei um tiro \&\#128562;\&\#56882;\&\#128552;\&\#56872;
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— Dj FUSCÃO.. (@djfuscaoo) June 30, 2017
Em nota, a assessoria de imprensa das
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não comentou em que circunstâncias as
mulheres foram baleadas e disse que mais informaçõe serão dadas pela Polícia
Civil:
"Segundo o comando da Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP) Mangueira, policiais em patrulhamento na manhã desta
sexta-feira, 30/06, foram atacados por criminosos na localidade conhecida como
Buraco Quente. Houve confronto e, nesse momento, um grupo tenta interditar as
vias de acesso à comunidade e incendiar ônibus e pneus. O Batalhão de Polícia
de Choque (BPChoque) e outras UPPs e batalhões da região reforçam o
policiamento. Há informações sobre um homem ferido que foi socorrido por moradores
e levado em um caminhão de gás para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no
Centro. Também há informações sobre duas mulheres socorridas por parentes para
o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Elas não resistiram aos
ferimentos e a Divisão de Homicídios foi acionada para a Unidade hospitalar.
Mais informações com a Polícia
Civil."
Barricadas foram queimadas na Mangueira em protesto pela morte de moradoras Foto: WhatsApp Extra |
Em
nota, a Rio Ônibus informou que os veículos que operam nas imediações da
comunidade da Mangueira alteraram o itinerário para a Rua São Luiz Gonzaga e
Avenida Radial Oeste. A empresa ainda informou que o motorista do coletivo
incendiado foi agredido pelos criminosos ao tentar evitar o ataque. Somente nos
seis primeiros meses do ano, 65 ônibus foram incendiados. O prejuízo do setor
ultrapassa os R$ 48 milhões.
Outros
confrontos
Outras
duas comunidades com UPPs registraram tiroteios, na manhã desta sexta. No
Complexo do Alemão, uma base da unidade foi atacada. No Pavão-Pavãozinho,
também houve confronto.
Extra
Mais uma vez a população pobre sofre com a violência, pois o tráfico de drogas o nascedouro do tráfico de drogas foi inciado pelas autoridades do planeta, que superlotam os bolsos com o dinheiro sujo do tráfico, amparado por uma mídia suja e a ignorância da população incauta.
ResponderExcluirNão adianta de nada esse esses confrontos, pois a droga em grande escala está entrando pelas portas da frente das nações e, com o Brasil não é diferente. Quando é que essa farsa vai vir à tona? As informações estão por aí em vários idiomas, que bancos como HSBC e tantos outros é que lavam o dinheiro do tráfico. E, de que adianta atacar o bucha do traficante e dos trabalhadores do tráfico? Que é uma ideia pede para Cia para financiar o tráfico de drogas nas favela do Brasil.