Polícia o prendeu com mandado de 24 de maio por
débito em pensão. Ele foi solto porque um documento de 14 de junho anulava
mandado de prisão.
Ricardo Costa avalia que prisão foi constrangedora e pretende processar o Estado (Foto: Arquivo pessoal/Ricardo Costa) |
epois de passar a manhã de terça
(27) preso por engano, o ex-Polegar Ricardo Costa afirmou que vai processar o
Estado pelo ‘constrangimento’. Ele foi detido em Taubaté por atraso no
pagamento da pensão alimentícia do filho. O mandado de prisão
foi cumprido pela polícia, mesmo com um contramandado expedido uma semana
antes anulando a prisão.Com esse documento, ele foi libertado à
tarde.
Segundo a
Polícia Civil, o mandado contra o ex-músico foi cumprido por volta das 7h na casa
onde ele mora no bairro Jardim Ana Rosa. De acordo com o mandado a que o G1 teve
acesso, expedido em 24 de maio, ele seria preso pelo débito entre julho de 2016
e março de 2017, com dívida acumulada de R$ 5,8 mil. Ele havia quitado esse
valor neste mês e um contramandado foi expedido.
Como a prisão
foi divulgada na imprensa, Costa avalia que foi exposto a constrangimento. “Eu
paguei os débitos, tinha um documento anulando a minha prisão e eles não se
atentaram a isso. Minha família ficou desesperada e eu fui encarcerado com
outras nove pessoas. Sou uma pessoa pública e tive meu nome exposto, atrelado a
uma prisão”, disse.
De acordo com a
defesa dele, cujo responsável é o advogado André Luiz Stasini, o documento
estava na delegacia, mas não havia sido anexado ao mandado anterior, por isso
ocorreu a confusão.
À reportagem, a
Secretaria de Segurança Pública, pasta a qual a Polícia Civil é subordinada,
informou apenas que o ex-Polegar foi levado à delegacia e, assim que as
informações do contramandado referente ao pagamento da pensão foram levantadas,
ele foi liberado.
“Nós
conseguimos constatar a falha cerca de três horas depois. Mas ele passou pela
triagem, teve que fazer o registro do boletim de ocorrência e passar por uma
situação desnecessária. Agora vamos avaliar um processo por danos morais”,
disse a defesa do ex-músico.
Costa cobra
justiça no processo que o levou à prisão. “Da mesma forma que todo mundo que
erra e paga por seu erro preso, como houve erro do Estado, eles vão ter que
pagar pelo erro dele. Vou entrar com uma ação por danos morais. A lei é para
todo mundo”, afirmou.
Sobre o filho,
cujos débitos de pensão ficaram em atraso, o ex-Polegar disse que ele tem hoje
7 anos e que nunca manteve contato com a criança. Ele disse ainda que fez um
exame de DNA quando o menino nasceu para atestar a paternidade e afirmou que
nunca manteve relacionamento com a mãe do filho.
O Estado não
comentou a declaração do ex-Polegar sobre a intenção de processar o governo por
causa do engano.
Food Truck
Um dos motivos
da defesa da ex-companheira de Ricardo para o pedido de prisão é que ele teria
vendido o ônibus que usava como Food Truck – Costa vende lanches em avenidas da
cidade. Em juízo ele havia feito um acordo para pagar o débito - hoje parcelado
em 27 vezes -, à vista caso vendesse o veículo. Ele anunciava o bem por R$ 145
mil na internet.
Costa nega que
tenha vendido o veículo e explicou que não circulava mais com o food truck
porque o ônibus teve um problema mecânico e estava em São Paulo passando por
manutenção.
“Ele teve um
problema no câmbio que eu demorei para resolver por falta de verba. Meu ônibus
é meu ganha pão. Semana que vem devo voltar às ruas com os lanches”, garantiu.
Segundo ele, o ônibus vai ficar estacionado na praça Santa Terezinha.
G1/Vale do Paraíba e Região
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