Eles disseram à PF que saíram da Bolívia com a
droga e iriam para fazenda em Jussara, sem pousar na propriedade arrendada pela
família do ministro Blairo Maggi.
Avião com mais de 600 kg de cocaína é interceptado em Jussara, Goiás (Foto: Divulgação/PM) |
Polícia Federal prendeu, no início
da noite desta segunda-feira (26), o piloto e o copiloto do avião bimotor interceptado pela Força Aérea
Brasileira (FAB), no fim de semana, com 634 kg de cocaína, em
Jussara, na região noroeste de Goiás.
Segundo apurou
a TV Anhanguera, os dois ocupantes da aeronave são o piloto Apoena Índio do
Brasil e o copiloto Fabiano Júnior da Silva. Eles disseram à PF que trouxeram a
droga da Bolívia e que, ao contrário do que a FAB divulgou, não estiveram na
fazenda Itamarati Norte, no Mato Grosso, arrendada para a empresa Amaggi, da
família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Detidos na
cidade de Itapirapuã, a 40 km de Jussara, eles também informaram que tinham
como destino o município goiano. Piloto e copiloto foram transferidos para a
Superintendência da Polícia Federal, em Goiânia, onde chegaram por volta de
20h50.
Até as 22h50, o G1 e
a TV Anhanguera não haviam conseguido informação sobre as defesas dos dois
detidos.
A aeronave foi
interceptada, na tarde de domingo (25), em uma operação conjunta entre a FAB e
o Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), na zona rural de Jussara, que fica a
cerca de 225 km de Goiânia.
Inicialmente, a FAB afirmou que o piloto da
aeronave disse ter decolado da Fazenda Itamarati Norte. No
entanto, nesta tarde, o órgão divulgou nota oficial informando que "a
confirmação do local exato da decolagem fará parte da investigação conduzida
pela autoridade policial".
Por meio de seu
perfil em uma rede social, o ministro Blairo Maggi postou que "está
acompanhando as investigações da FAB sobre o local de decolagem da
aeronave". Disse que, quando houver uma confirmação, ele informará. Ele
comentou ainda que a "fazenda é extensa e vulnerável à ação do tráfico
internacional".
Ministro da Agricultura Blairo Maggi se pronunciou sobre local de saída da aeronave que transportava mais de 600 kg de cocaína em rede social Goiás (Foto: Reprodução/Twitter) |
Já a Amaggi
disse por meio de nota que “não tem qualquer ligação com a aeronave descrita
pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma
de suas pistas”.
Apreensão
O
tenente-coronel da Polícia Militar, Ricardo Mendes, afirmou durante coletiva
nesta manhã que a cocaína encontrada era pura. “Ainda poderia ser misturada, e
a quantidade, multiplicada. Essa foi a maior apreensão de cocaína da história
por parte da PM em Goiás”, disse.
A PM informou
ainda que foi acionada logo no início da interceptação da aeronave. “O Graer
foi chamado pelo fato da aeronave já estar em espaço aéreo de Goiás e pela
mobilidade do helicóptero da polícia de conseguir pousar em locais mais
difíceis, coisa que o avião da FAB não conseguiria”, informou Mendes.
A cocaína
apreendida foi levada para a sede da PF, em Goiânia.
De acordo com o Centro de
Comunicação Social da Aeronáutica, o bimotor decolou na tarde domingo de uma
fazenda na cidade de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, com destino a Santo
Antônio de Leverger, no mesmo estado.
Um avião da FAB
começou a fazer o acompanhamento da aeronave e ordenou que o bimotor mudasse a
rota e pousasse no Aeródromo de Aragarças, em Goiás. Segundo o comunicado do
órgão, inicialmente, o piloto do bimotor obedeceu às ordens, mas, ao invés de
pousar, desviou o curso.
Com isso, o avião da FAB “executou um
tiro de aviso” para fazer a aeronave cumprir as ordens. O órgão esclareceu
ainda que o disparo não atingiu nenhuma parte do bimotor. A aeronave então
pousou na zona rural de Jussara. Na aterrissagem, a asa da aeronave e a cauda
ficaram danificadas.
G1/GO
Nenhum comentário:
Postar um comentário