O exame de balística, apontado como fundamental para a investigação,
ainda não ficou pronto.
Foto: Divulgação |
Os primeiros laudos periciais na Fazenda Santa
Lúcia, em Pau D’Arco, município paraense, onde 10 pessoas que ocupavam a terra
morreram em maio, durante uma ação policial, foram divulgados esta semana pelo
Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O exame de balística, apontado
como fundamental para a investigação, ainda não ficou pronto.
Uma
das constatações dos laudos divulgados é que não há vestígios de impacto de
projétil de bala nos coletes usados pelos policiais que participaram da ação
ocorrida no dia 24 de maio.
O
delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, disse que essa informação não
é suficiente para descartar o relato dos policiais envolvidos de que houve
confronto entre eles e os ocupantes da terra.
“Não
quer dizer que, para haver confronto, o policial tem de ser alvejado. Temos de
ter cautela. Estamos aguardando a comparação balística, que vai nos dar
condições de saber quem atirou, de que arma saiu o projétil. É muito cedo para
chegar a uma conclusão”, afirmou em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.
No
dia do conflito, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do
Pará (Segup) informou, por meio de nota à Agência Brasil, que a operação
cumpriu 16 mandados judiciais (prisão preventiva, temporária e buscas e
apreensões) e que “os policiais foram recebidos a tiros por um grupo fortemente
armado e que já vinha sendo investigado por diversas ocorrências”.
Segundo
o delegado Rilmar Firmino, o posicionamento da Secretaria de Segurança Pública
foi baseado nos relatos dos policiais que estavam na ação e afirmaram ter
havido o confronto. “Eles disseram que houve confronto. Então, quem vai dizer
se houve ou não serão as perícias, o conjunto probatório.”
Firmino
acrescentou que é preciso analisar o conjunto total das provas e laudos para se
chegar a conclusão final do que aconteceu. Segundo o delegado, 53 armas estão
sendo periciadas e a expectativa é que o laudo de balística fique pronto em
julho. Também deverá ser feita uma reconstituição do crime com base nos
depoimentos de pessoas envolvidas e das provas colhidas, de acordo com o
delegado-geral. “Se houve excesso, quem cometeu será responsabilizado”, disse.
Foram
feitos o levantamento de local sem cadáver, os laudos necroscópicos, a perícia
em veículos e nos coletes usados pelos policiais durante a operação e de danos
no patrimônio.
De
acordo com informações da Secretaria de Comunicação do Pará, os inquéritos que
apuram as mortes de pessoas que ocupavam a Fazenda Santa Lúcia foram
instaurados no dia 24 de maio. A Polícia Civil tem prazo de 30 dias, que pode
ser prorrogado por mais 30, para apresentar os resultados da investigação.
O
Inquérito Policial Militar, que também apura a conduta dos policiais
envolvidos, precisa ser concluído no prazo máximo de 60 dias. Os agentes de
segurança envolvidos na operação estão afastados das funções. Conforme Rilmar
Firmino, 29 policiais participaram da ação.
Agência Brasil
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