Após
canadenses e mexicanos, os brasileiros são os estrangeiros que mais descumprem
a data limite de visto nos Estados Unidos, em números absolutos.
Dos 2 milhões de brasileiros que deveriam ter embarcado de volta para casa em 2016, 39,5 mil (1,9%) acabaram permanecendo no país ilegalmente |
Dos
2 milhões de brasileiros que deveriam ter embarcado de volta para casa em 2016,
39,5 mil (1,9%) permaneceram no país ilegalmente.
Os
números, divulgados pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em
inglês), se referem a visitantes de turismo e negócios que deveriam ter deixado
os Estados Unidos entre 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016.
Se
somados os vistos concedidos a estudantes e outros tipos de autorização, 43 mil
(2%) brasileiros descumpriram o tempo máximo de permanência nesse período.
Os
canadenses lideram o ranking. Diferentemente dos brasileiros, eles não precisam
de visto para entrar nos Estados Unidos e podem ficar até três meses no país
apenas com o passaporte válido.
Na
América Latina, apenas o Chile tem o mesmo benefício.
Dos
8,6 milhões de canadenses que deveriam ter deixado os Estados Unidos, 124 mil
(1,4%) permaneceram no país ilegalmente.
Os
mexicanos estão em segundo lugar na lista. Dos 2,9 milhões com partida
esperada, 47 mil (1,7%) continuaram no país.
Relatório do DHS revela número de estrangeiros que descumpriram data limite de visto |
Os
dados são usados pelo DHS para identificar, localizar e agir contra os atrasos
de saída daqueles que apresentem ameaças ao país.
Após os ataques de 11 de setembro de 2001,
autoridades americanas revelaram que dois responsáveis pelos atentados - Satam
al Suqami e Nawaq Alhazmi - tinham seu visto expirado, segundo o New York Times.
Números relativos
Já
países asiáticos e africanos têm as maiores taxas de estrangeiros que ignoram a
data limite.
A
proporção é superior a 20% entre os indivíduos que visitam os Estados Unidos
para turismo ou negócios vindos de países como Djibuti, Burkina Faso,
Micronésia, Eritreia e Butão.
Cidadãos
desses países, contudo, não somam nem 10 mil estrangeiros em números absolutos.
Por
outro lado, entre as nações isentas do requerimento de visto (excluindo o
Canadá), a taxa de permanência ilegal é de apenas 0,6%.
Governo americano cancela visto de quem ultrapassa tempo permitido |
O
número de canadenses de turismo e negócios que decidiu permanecer nos Estados
Unidos aumentou na comparação com o ano anterior.
Em
2016, foram 25 mil visitantes a mais do que em 2015, quando 99 mil permaneceram
no país.
No
caso do México, foram em torno de 2 mil a mais.
E
do Brasil, quase 6 mil. Foram divulgados dados apenas desses dois anos.
Fonte: Departamento de Segurança Nacional dos EUA |
Punição
O
governo americano cancela o visto de quem ultrapassa o tempo permitido. Se o
estrangeiro ficar até um ano a mais, ele estará proibido de entrar no país
pelos três anos seguintes. Se passar de um ano, a proibição se estende por uma
década.
Os
números do DHS indicam que, no ano passado, dos 50 milhões de visitantes que
entraram nos Estados Unidos, 1,07% descumpriram o tempo limite.
Na América Latina, apenas o Chile é isento de visto de entrada nos EUA |
Muro
Estudos
recentes revelam que o número de pessoas que chega legalmente aos Estados
Unidos e decide permanecer por tempo indefinido vem crescendo.
Um
levantamento do Centro para Estudos de Migração detalha essa tendência e aponta
que ela continuará no futuro.
"Dois
terços dos que chegaram em 2014 não cruzaram ilegalmente a fronteira, mas foram
admitidos com vistos de não imigrantes (temporários), e excederam seu período
de admissão", diz a análise.
Segundo
os autores Robert Warren e Donald Kerwin, os índices levantam debates sobre
"a necessidade e eficácia de se estender o muro fronteiriço" no sul
dos Estados Unidos, como prometeu Trump.
Em
vez de construir o muro, a organização recomenda que o governo americano use os
recursos para melhorar "as iniciativas de desenvolvimento econômico nos
estados do Triângulo Norte da América Central, o processamento de refugiados da
América Central ou a emissão de vistos".
BBC Brasil
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