O líder da etnia guarani-kaiowá, Ladio Verón, que vive no estado
de Mato Grosso do Sul, denunciou nesta terça-feira no Parlamento Europeu que
seu povo indígena sofreu "quase 400 assassinatos desde o ano de
2003".
"Está
ocorrendo um genocídio contra os guaranis-kaiowás devido ao negócio sobre
nossas terras", denunciou em uma conferência no Parlamento Europeu Verón,
em representação de uma comunidade composta por cerca de 50 mil pessoas.
"Estão
matando nosso povo com balas e com veneno, e tudo porque querem ocupar nossas
terras para o agronegócio. Há grandes indústrias que roubam nossas terras e o
governo brasileiro não faz nada para que a lei seja cumprida", acrescentou
Verón.
A conferência
foi organizada por vários eurodeputados, entre eles Xavier Benito, do grupo
esquerdista espanhol Podemos, que promoveu no ano passado uma proposta de
resolução no Parlamento Europeu sobre a proteção dos direitos humanos no Brasil
e a atividade das empresas multinacionais.
Benito
afirmou que "existe uma necessidade urgente de agir para frear este
genocídio" e que "a UE e o Parlamento Europeu têm que tomar medidas
para pôr fim à ocupação de terras para a monocultura por parte das
multinacionais".
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