Mulher teria sido morta por causa de rixas entre grupos do assentamento
Foto: Polícia Civil |
A Polícia Civil prendeu, nesta segunda-feira (22),
em Castanhal, nordeste paraense, quatro pessoas acusadas de envolvimento no
assassinato da líder rural Kátia de Sousa Martins, morta a tiros em sua casa,
no último dia 4. As prisões dos suspeitos foram realizadas por policiais civis
da Delegacia de Homicídios de Castanhal em decorrência de decretação de prisões
temporárias de 30 dias expedidas pela Justiça. Os presos são William Coelho dos
Santos, Adriana Cristina Ferreira Coelho, Nazareno da Mota Oliveira e Pedro
Pereira Barrozo Filho, assentados do Assentamento 1º de Janeiro, onde a vítima
era presidente da Associação.
William, filho de Adriana, foi reconhecido como um
dos executores da vítima, enquanto que os demais são apontados como mandantes
do crime e responsáveis em contratar William como executor da líder rural. As
investigações realizadas pela equipe policial chegaram à identificação dos
suspeitos e apontaram que a morte de Kátia Martins foi resultado de rixas entre
os próprios assentados. Durante as investigações, detalha o delegado Temmer
Khayat, titular da Superintendência da Região Integrada do Guamá, sediada em
Castanhal, a hipótese de conflito agrário, como motivação do crime, foi
descartada. As investigações são presididas pelo delegado Nélio Magalhães,
titular da Delegacia de Homicídios de Castanhal.
As investigações evidenciaram, com reforço de
depoimentos testemunhais, que a hipótese de crime decorrente de invasão da área
onde está o assentamento não tinha fundamento, pois em momento algum o
proprietário da área entrou em conflito com os assentados e pelo fato de as
informações todas apuradas, no inquérito, indicarem que a causa da morte foi
conflito interno entre os próprios assentados. Devido as atividades que a
vítima desenvolvia no Assentamento, ela criou inimigos que faziam oposição à
sua liderança na área. Dessa forma, explica o policial, o grupo opositor passou
a fazer ameaças e atos de violência no Assentamento.
Além disso, ressalta o policial, os atos agressivos
praticados pelo grupo opositor à liderança de Kátia Martins foram
intensificados, após a reeleição dela à presidência da Associação dos Assentados,
no final do ano passado, e após o terreno do assentado Pedro Pereira Barrozo
Filho ter sido invadido por outro assentado, cunhado da vítima, há cerca de um
mês antes do crime. Essa invasão teria ocorrido com a concordância da
Associação, já que Pedro teria descumprido exigências para permanecer com o
lote de terra, como morar e cultivar na propriedade. Dentre os integrantes do
grupo opositor estavam Adriana Cristina e o companheiro dela, Nazareno
Oliveira. Os dois abandonaram o terreno que possuíam no Assentamento, no
final de semana, após o crime.
Já o preso William chegou a trocar de motocicleta
cerca de uma semana após o crime, apesar de conformar em depoimento que
trabalha como pedreiro, mas que está atualmente sem trabalho fixo, apenas
tirando "bicos". Em decorrência das investigações, os suspeitos irão
permanecer recolhidos à disposição da Justiça. Os presos foram
interrogados e negaram a autoria do crime. As investigações continuam para
tentar identificar outro acusado de envolvimento na execução da vítima. Kátia
Martins foi morta a tiros por dois homens, por volta de 20h20, do último dia 4,
em sua residência, no Assentamento 1º de Janeiro, na zona rural de Castanhal.
Os criminosos invadiram a casa e mataram a mulher. Em seguida, fugiram do local
sem roubar nada.
ORM
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