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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quatro são presos por envolvimento no assassinato de líder rural em Castanhal

Mulher teria sido morta por causa de rixas entre grupos do assentamento

Foto: Polícia Civil
A Polícia Civil prendeu, nesta segunda-feira (22), em Castanhal, nordeste paraense, quatro pessoas acusadas de envolvimento no assassinato da líder rural Kátia de Sousa Martins, morta a tiros em sua casa, no último dia 4. As prisões dos suspeitos foram realizadas por policiais civis da Delegacia de Homicídios de Castanhal em decorrência de decretação de prisões temporárias de 30 dias expedidas pela Justiça. Os presos são William Coelho dos Santos, Adriana Cristina Ferreira Coelho, Nazareno da Mota Oliveira e Pedro Pereira Barrozo Filho, assentados do Assentamento 1º de Janeiro, onde a vítima era presidente da Associação.  

William, filho de Adriana, foi reconhecido como um dos executores da vítima, enquanto que os demais são apontados como mandantes do crime e responsáveis em contratar William como executor da líder rural. As investigações realizadas pela equipe policial chegaram à identificação dos suspeitos e apontaram que a morte de Kátia Martins foi resultado de rixas entre os próprios assentados. Durante as investigações, detalha o delegado Temmer Khayat, titular da Superintendência da Região Integrada do Guamá, sediada em Castanhal, a hipótese de conflito agrário, como motivação do crime, foi descartada. As investigações são presididas pelo delegado Nélio Magalhães, titular da Delegacia de Homicídios de Castanhal.

As investigações evidenciaram, com reforço de depoimentos testemunhais, que a hipótese de crime decorrente de invasão da área onde está o assentamento não tinha fundamento, pois em momento algum o proprietário da área entrou em conflito com os assentados e pelo fato de as informações todas apuradas, no inquérito, indicarem que a causa da morte foi conflito interno entre os próprios assentados. Devido as atividades que a vítima desenvolvia no Assentamento, ela criou inimigos que faziam oposição à sua liderança na área. Dessa forma, explica o policial, o grupo opositor passou a fazer ameaças e atos de violência no Assentamento.

Além disso, ressalta o policial, os atos agressivos praticados pelo grupo opositor à liderança de Kátia Martins foram intensificados, após a reeleição dela à presidência da Associação dos Assentados, no final do ano passado, e após o terreno do assentado Pedro Pereira Barrozo Filho ter sido invadido por outro assentado, cunhado da vítima, há cerca de um mês antes do crime. Essa invasão teria ocorrido com a concordância da Associação, já que Pedro teria descumprido exigências para permanecer com o lote de terra, como morar e cultivar na propriedade. Dentre os integrantes do grupo opositor estavam Adriana Cristina e o companheiro dela, Nazareno Oliveira. Os dois abandonaram o terreno que possuíam no Assentamento, no final de semana, após o crime. 

Já o preso William chegou a trocar de motocicleta cerca de uma semana após o crime, apesar de conformar em depoimento que trabalha como pedreiro, mas que está atualmente sem trabalho fixo, apenas tirando "bicos". Em decorrência das investigações, os suspeitos irão permanecer recolhidos à disposição da Justiça. Os presos foram interrogados e negaram a autoria do crime. As investigações continuam para tentar identificar outro acusado de envolvimento na execução da vítima. Kátia Martins foi morta a tiros por dois homens, por volta de 20h20, do último dia 4, em sua residência, no Assentamento 1º de Janeiro, na zona rural de Castanhal. Os criminosos invadiram a casa e mataram a mulher. Em seguida, fugiram do local sem roubar nada.





ORM

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