A própria
Delegacia do Meio Ambiente fez B.O sobre o caso. Segundo delegado, só retirar o
órgão do cão já morto é maus tratos
Foto: Divulgação |
A Polícia Civil do
Amazonas abriu uma investigação sobre a universitária de Manaus, de um curso de
Veterinária de uma faculdade particular, suspeita de matar e arrancar o coração
do cachorro dela para estudos. O caso ganhou grande repercussão porque a própria estudante publicou nas redes sociais fotos do ato confirmando
ter retirado o órgão do animal já morto. Porém, a suspeita é que ela tenha
tirado a vida do cão.
Segundo o delegado Ricardo Romero, titular
adjunto da Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), só arrancar o
coração do cão já morto é considerado maus tratos. “Nós mesmos fizemos o
Boletim de Ocorrência (B.O) a partir das imagens que circularam nas redes
sociais e dos comentários na cidade. É um caso que gerou grande impacto”,
afirmou Romero. “Mas ainda não temos informações. Estamos fazendo o
levantamento do nome e do endereço da pessoa”, disse.
Conforme o delegado, ainda não se pode
afirmar se universitária realmente matou o cachorro ou se apenas arrancou o
coração dele já em óbito. “Está previsto no código ambiental. É tipificado como
maus tratos (arrancar o órgão). Mas não posso me precipitar. Preciso conversar
com ela. Só quando ela comparecer à delegacia nós poderemos saber a gravidade
da ocorrência, se ela fez com o animal morto ou se ela matou”, explicou.
Além do depoimento da possível autora do
crime, o delegado Ricardo Romero também pode solicitar o depoimento de colegas
de turma da suspeita. “Se houve o cometimento do crime, possivelmente não houve
testemunha. Mas antes precisamos levantar o que realmente aconteceu antes de
supor qualquer coisa”, afirmou a autoridade policial.
Suspensa da faculdade
Devido à gravidade do caso, a estudante de
Veterinária foi suspensa faculdade em que estuda. “Ela foi chamada, interrogada
e suspensa. Isso é completamente absurdo e fora de qualquer padrão de ética
ensinado em sala de aula. Ela é uma aluna de 1º período e praticou o ato na
casa dela, fora do ambiente acadêmico, sob a vontade dela e fora de qualquer
princípio institucional”, afirmou Karina Castro, coordenadora jurídica da
faculdade.
Conforme a coordenadora, a aluna pode ainda
ser expulsa do curso de Veterinária. “Ela foi suspensa por normas internas, mas
dependendo da repercussão e de como isso vai se desenrolar, podemos tomar outra
medida, como a expulsão dela. A gente está tomando todo o cuidado, porque isso
também está causando problema para os nossos alunos”, completou Karina Castro.
Arrancou coração
A universitária utilizou as redes sociais
para divulgar com fotos que tinha arrancado o coração da cadela de estimação
para estudos de experimento. “Como infelizmente minha cachorra morreu, e estou
estudando sistema cardíaco, então tirei o coração dela para my (sic) estudar...
Eu mesmo. Fiz esse serviço hahahahah sem medo... Amoooo........ coisa de Deus
(sic)”, escreveu a estudante.
Após a postagem ser feita, várias pessoas
denunciaram o caso à vereadora Joana D’Arc, que trabalha em defesa das causas
animais e é presidente da ONG Pata Manaus. Segundo a vereadora, existem relatos
de que a própria aluna teria tirado a vida do cachorro com uma faca e retirado
o coração. “Já temos relatos que ela teria matado o cachorro, pois tinha
divulgado no WhatsApp um vídeo mostrando todas as ações para os amigos. Mas por
conta da grande repercussão que o caso tem gerado, ela pediu que apagassem”,
disse.
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