Ministério Público Federal acusa o
ex-mandatário de corrupção e lavagem de dinheiro. Outras 12 pessoas também
foram denunciadas
O ex-presidente Lula discursa em Curitiba, em 10 de maio. EFE |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi mais uma vez
denunciado nesta segunda-feira pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Desta vez, os procuradores
baseados em Curitiba acusam Lula de corrupção e lavagem de dinheiro no caso
envolvendo as obras do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, frequentado
pelo petista e sua família. Outras 12 pessoas também foram denunciadas, entre
elas Fernando Bittar, amigo do ex-mandatário e proprietário do imóvel – junto
com Jonas Leite Suassuna Filho –; Leo Pinheiro, dono da construtora OAS; o
pecuarista José Carlos Bumlai; e os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht.
Agora, cabe ao juiz Sérgio Moro aceitar ou rejeitar a
denúncia feita. Lula já responde a outras cinco acusações, sendo três delas na
Lava Jato.
A Procuradoria
acusa agora o ex-presidente de ter recebido 1,02 milhões de reais através das
obras do sítio feitas pela Odebrecht, OAS e Schanin. A acusação também diz que
o imóvel pertence ao ex-presidente, que por sua vez sempre garantiu que o sítio
é de seu amigo – que teria comprado o imóvel para que ele tivesse um lugar para
descansar depois da presidência.
Mas para o MP, a
reforma do sítio foi parte de uma propina, de ao menos 128,1 milhões de reais,
que a Odebrecht pagou a partidos e políticos por quatro contratos assinados com
a Petrobras. Já a OAS teria pago propinas que somam 27 milhões por três
contratos com a petroleira. A força-tarefa acredita que parte da reforma também
foi bancada com propinas oriundas de um contrato entre a Petrobras e a Schahin
para o operação da sonda Vitória 10.000.
Os procuradores argumentam
que o ex-presidente foi o responsável "por comandar uma sofisticada
estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar, assentada na distribuição
de cargos públicos na Administração Pública Federal". O juiz Sergio Moro
interrogou o ex-presidente no último dia 10 de maio em Curitiba sobre o caso
envolvendo um triplex no Guarujá. De acordo com a Lava Jato, o imóvel foi
ofertado pela OAS também como parte do pagamento de propinas referente a três
contratos assinados com a Petrobras. Lula também nega que o apartamento seja
seu. Espera-se que Moro emita sua sentença sobre este caso – a primeira do
ex-presidente – entre o final de junho e o início de julho. Não há uma
data definida.
El País
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