O encontro aconteceu na embaixada chinesa em Brasília, e contou ainda com a participação de representantes do governo federal e de construtoras interessadas no projeto |
O projeto da Ferrovia Paraense (Fepasa) recebeu,
nesta terça-feira, 23, em Brasília, apoio do governo da China para sua
construção. A garantia foi dada pelo embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang,
durante encontro com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e
Energia do estado do Pará, Adnan Demachki.
O encontro aconteceu na embaixada chinesa em Brasília,
e contou ainda com a participação do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA),
representantes do governo federal e de construtoras interessadas no projeto.
Com o apoio, o projeto da Fepasa poderá fazer
parte dos 30 projetos que o governo chinês apoiará no Brasil, investindo cerca
de U$ 20 bilhões, sendo até US$ 15 bilhões de capital chinês e até US$ 5
bilhões brasileiro.
Um Memorando de Entendimento (MoU) foi assinado em
outubro do ano passado estabelecendo as diretrizes básicas para a constituição
e operação do Fundo Brasil-China de Cooperação para a Expansão da Capacidade
Produtiva, destinado a financiar projetos considerados prioritários nos setores
de infraestrutura e que poderá facilitar a cooperação em capacidade industrial
entre os dois países. O acordo é resultado de tratativas bilaterais concluídas
após a visita do presidente Michel Temer à China em setembro de 2016. A
integralização dos recursos ocorrerá projeto a projeto, conforme o comitê
diretivo delibere a aprovação do investimento.
O embaixador chinês reconheceu que não conhecia o
projeto da Ferrovia, mas ao ler um resumo sobre ele, entregue pelo secretário
Adnan Demachki e pelo senador Flexa Ribeiro, se disse “entusiasmado com a
ideia”. “Conhecia apenas os projetos das ferrovias Norte-Sul, Ferrogrão e
Leste-Oeste, mas ao conhecer o da Fepasa, vejo que eles se completam”, disse o
embaixador.
“O Pará é um gigante na produção de minérios, tendo
ainda grande capacidade de produzir alimentos, possui boa hidrologia, muitos
rios e tem todas as condições de crescer ainda mais com a construção dessa
ferrovia, escoando não só sua produção, mas a de outras regiões do Brasil”,
completou Li Jinzhang. Aproveitando a presença de um representante da China
Communications Construction Company (CCCC), uma das maiores empresas de
engenharia do mundo, o embaixador sugeriu aos representantes paraenses que
iniciem contatos de forma direta com a CCCC e outras empresas chinesas para
buscar apoio tecnológico visando viabilizar construção da Fepasa.
O senador Flexa Ribeiro classificou a reunião como
“muito proveitosa”. Segundo ele, a presença de representantes do governo
federal, por meio de membros do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI),
apoiando a Fepasa como um dos projetos prioritários para o Brasil, “deu mais força
para que na próxima, terça-feira (30), em São Paulo, a ferrovia paraense seja
anunciada como um dos 30 projetos apoiados financeiramente pelo Fundo
China/Brasil”.
Para o secretário Adnan Demachki, o encontro com o
embaixador chinês teve um resultado “positivamente acima do esperado”. “Foi um
enorme passo na busca pela viabilização da Fepasa”, disse o secretário. “A cada
momento, a cada novo encontro, a cada novo e importante apoio, nos damos mais
um passo essencial para a construção da ferrovia e o desenvolvimento do Pará”,
concluiu Adnan.
Fepasa - O projeto constitui-se numa ferrovia de 1,3
mil quilômetros, criando a Ferrovia Paraense (Fepasa) e um porto multicarga em
Colares, no nordeste do Estado. Levantamentos apontam que o local é propício
para receber navios de grande capacidade, por conta de possuir calado mais
profundo e um Condomínio Industrial Portuário.
Segundo informações preliminares de técnicos da
empresa, que idealizaram o projeto, os investimentos privados previstos para a
ferrovia seriam de U$ 4.5 bilhões.
Já na fase de construção, cujo início está previsto
para 2018, seriam 14 mil empregos e, durante a operação, somando os trabalhos
na ferrovia, ramais, plataformas, superporto e condomínio industrial, a
estimativa é de mais 60 mil empregos diretos.
Diferente do projeto de extensão da Norte-Sul, do
Governo Federal, a ferrovia estadual possui um traçado bem maior no território
paraense. Inicia em Santana do Araguaia e passaria por vários municípios, como
Redenção, Xinguara, Marabá, Rondon, Nova Ipixuna, Ulianópolis, Paragominas, Barcarena
e Colares.
Agência Pará
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