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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Governo da China garante apoio ao projeto da Ferrovia Paraense

O encontro aconteceu na embaixada chinesa em Brasília, e contou ainda com a participação de representantes do governo federal e de construtoras interessadas no projeto
O projeto da Ferrovia Paraense (Fepasa) recebeu, nesta terça-feira, 23, em Brasília, apoio do governo da China para sua construção. A garantia foi dada pelo embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, durante encontro com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do estado do Pará, Adnan Demachki.

O encontro aconteceu na embaixada chinesa em Brasília, e contou ainda com a participação do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), representantes do governo federal e de construtoras interessadas no projeto.
Com o apoio, o projeto da Fepasa poderá fazer parte dos 30 projetos que o governo chinês apoiará no Brasil, investindo cerca de U$ 20 bilhões, sendo até US$ 15 bilhões de capital chinês e até US$ 5 bilhões brasileiro.
Um Memorando de Entendimento (MoU) foi assinado em outubro do ano passado estabelecendo as diretrizes básicas para a constituição e operação do Fundo Brasil-China de Cooperação para a Expansão da Capacidade Produtiva, destinado a financiar projetos considerados prioritários nos setores de infraestrutura e que poderá facilitar a cooperação em capacidade industrial entre os dois países. O acordo é resultado de tratativas bilaterais concluídas após a visita do presidente Michel Temer à China em setembro de 2016. A integralização dos recursos ocorrerá projeto a projeto, conforme o comitê diretivo delibere a aprovação do investimento.
O embaixador chinês reconheceu que não conhecia o projeto da Ferrovia, mas ao ler um resumo sobre ele, entregue pelo secretário Adnan Demachki e pelo senador Flexa Ribeiro, se disse “entusiasmado com a ideia”. “Conhecia apenas os projetos das ferrovias Norte-Sul, Ferrogrão e Leste-Oeste, mas ao conhecer o da Fepasa, vejo que eles se completam”, disse o embaixador.
“O Pará é um gigante na produção de minérios, tendo ainda grande capacidade de produzir alimentos, possui boa hidrologia, muitos rios e tem todas as condições de crescer ainda mais com a construção dessa ferrovia, escoando não só sua produção, mas a de outras regiões do Brasil”, completou Li Jinzhang. Aproveitando a presença de um representante da China Communications Construction Company (CCCC), uma das maiores empresas de engenharia do mundo, o embaixador sugeriu aos representantes paraenses que iniciem contatos de forma direta com a CCCC e outras empresas chinesas para buscar apoio tecnológico visando viabilizar construção da Fepasa.
O senador Flexa Ribeiro classificou a reunião como “muito proveitosa”. Segundo ele, a presença de representantes do governo federal, por meio de membros do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), apoiando a Fepasa como um dos projetos prioritários para o Brasil, “deu mais força para que na próxima, terça-feira (30), em São Paulo, a ferrovia paraense seja anunciada como um dos 30 projetos apoiados financeiramente pelo Fundo China/Brasil”.
Para o secretário Adnan Demachki, o encontro com o embaixador chinês teve um resultado “positivamente acima do esperado”. “Foi um enorme passo na busca pela viabilização da Fepasa”, disse o secretário. “A cada momento, a cada novo encontro, a cada novo e importante apoio, nos damos mais um passo essencial para a construção da ferrovia e o desenvolvimento do Pará”, concluiu Adnan.
Fepasa - O projeto constitui-se numa ferrovia de 1,3 mil quilômetros, criando a Ferrovia Paraense (Fepasa) e um porto multicarga em Colares, no nordeste do Estado. Levantamentos apontam que o local é propício para receber navios de grande capacidade, por conta de possuir calado mais profundo e um Condomínio Industrial Portuário.
Segundo informações preliminares de técnicos da empresa, que idealizaram o projeto, os investimentos privados previstos para a ferrovia seriam de U$ 4.5 bilhões. 
Já na fase de construção, cujo início está previsto para 2018, seriam 14 mil empregos e, durante a operação, somando os trabalhos na ferrovia, ramais, plataformas, superporto e condomínio industrial, a estimativa é de mais 60 mil empregos diretos.
Diferente do projeto de extensão da Norte-Sul, do Governo Federal, a ferrovia estadual possui um traçado bem maior no território paraense. Inicia em Santana do Araguaia e passaria por vários municípios, como Redenção, Xinguara, Marabá, Rondon, Nova Ipixuna, Ulianópolis, Paragominas, Barcarena e Colares.



Agência Pará

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